segunda-feira, 13 de maio de 2013

Hyouka - V.01 / Cap.03


As atividades do prestigioso Clube de clássicos [Download]
Agora que eu penso sobre isso, o que o Clube de Clássicos faz de qualquer forma? Os únicos estudantes que sabiam sobre isso já se formaram e eu não queria me dar ao trabalho de perguntar aos professores sobre isso. Eu poderia perguntar a minha irmã, mas, infelizmente, ela está em Beirute. Ainda assim, embora seja raro ter um clube que não sabe o que faz, há uma abundância de clubes, cuja existência só pode ser classificada como um mistério, por isso não é algo que vale a pena se preocupar.
Foi um mês desde a ressurreição do Clube de Clássicos. A sala do clube — a sala de Geologia — não era mais um espaço privado, mas ainda era um local relaxante. Era um lugar onde eu poderia matar algum tempo depois da aula sempre que estiver entediado. Satoshi poderia estar na sala. Ou Chitanda. Ou ambos. Ou ninguém. Isso realmente não importa de qualquer maneira. Nós poderíamos escolher conversar, ou nós também poderíamos optar por manter o silêncio. Satoshi era o tipo que poderia suportar calmamente o silêncio, enquanto a nossa senhora Chitanda era o tipo de mulher graciosa condizente como a imagem dela mostrava, desde que ela não deixe sua curiosidade explodir. Portanto, embora não intencionalmente o clube aparece mais como um clube de lazer do que um clube escolar.
Desse jeito eu não conseguia ficar cansado, mesmo com a companhia deles. Já que nunca fui de ficar apreensivo com a companhia de outras pessoas.
Estava um dia garoento e eu estava lá dentro com Chitanda. Eu estava recostado em uma cadeira perto da janela, lendo um livro barato qualquer, enquanto Chitanda sentou-se à frente da sala lendo um livro grosso, por algum motivo alguém poderia dizer que esta foi uma tarde lenta depois da escola.
Olhando o relógio, notei que passaram-se apenas 30 minutos. O tempo que fora gasto inconscientemente ainda era curto. Embora pudesse se dizer que eu me sentia bastante descontraído, o que não é exatamente correto de se dizer. Pelo contrário, era porque estava me sentindo nervoso e estressado que eu tinha que entrar em um estado de relaxamento. Eu estou apenas conscientemente tentando estender meu modo de economia de energia para o maior tempo possível, isso é tudo. O silêncio só seria quebrado pelo som de virar as páginas e os pingos da garoa do lado de fora.
— …
Estou ficando com sono agora.
Acho que vou voltar para casa assim que a chuva parar.
Puff. O som do livro ao se fechar foi ouvido, Chitanda que estava sentada na minha frente com as costas de frente para mim, suspirou e disse:
— Que improdutivo (estéril) 1.
Ela não estava olhando para mim, mas ficou claro que ela estava falando comigo e não para si mesma. Embora eu não tivesse ideia de como responder seu comentário súbito. De qualquer forma, vou tentar perguntar:
— O que? As lavouras em na fazenda da sua família?
— Têm duas lavouras.
Chitanda respondeu como se lesse isso alto e se virou.
—E são semianuais. Então dificilmente são improdutivas.
— Como esperado da filha de um proprietário de terras.
— Não, não há nenhuma necessidade de me elogiar…
O som da chuva, seguido de silêncio.
— Não, não é isso que eu estava dizendo.
— Você estava dizendo algo sobre 'improdutivo'.
— Sim, isso é improdutivo.
— O que é?
Chitanda olhou firmemente para mim e em seguida levantou o braço direito, como se estivesse mostrando toda a sala.
1 NT: tudo isso vem de um trocadilho, por isso será um pouco confuso, a respeito de "estéril" 不毛 e "lavouras duplas e cultivos" 二毛 作 e ouve uma pequena modificação rápida para o entendimento do pessoal
— Todo esse tempo após as aulas, não parece ter qualquer fim ou fazer nada de produtivo.
Claro, isso era apenas uma maneira de matar o tempo, para não produzir algo. Fechei meu livro e olhei para ela.
— Bem, sou todo ouvidos. Há algo que você quer que o clube de Clássicos faça?
— Eu?
Era um tipo de pergunta significativa, a maioria das pessoas não sabe do que elas mesmas gostariam de fazer quando perguntado diretamente. A propósito, estou ciente de que, pelo menos eu não desejo nada.
No entanto, Chitanda respondeu sem hesitação:
— Sim, há.
— Hmm.
Isso é surpreendente, responder sim imediatamente. Como eu estava prestes a perguntar o que foi que ela estava interessada em fazer, ela explicou:
— Ainda que seja por motivos pessoais.
Nesse caso, não precisa pedir mais.
Chitanda continuou:
— Mas estamos falando sobre o Clube de Clássicos. Assim, devemos estar fazendo algo relacionado ao clube. Nós não podemos simplesmente sentar e não fazer nada.
— Muito bem, mas não temos nem certeza qual é a finalidade do clube.
— Não, há um propósito.
Se ela está falando com a autoridade de um presidente de clube ou a aura de um membro do clã de prestígio, Chitanda declarou: — Vamos publicar uma coletânea neste mês de outubro no Festival Cultural.
O Festival Cultural?
Eu tinha visitado o Festival Cultural Kamiyama antes, então eu estava familiarizado com ele. Resumindo, era a essência da cultura jovem em torno desta área. E de acordo com Satoshi, a cerimônia de Kami Festival Cultural de Alto chá Nodate é altamente recomendável para qualquer pessoa interessada em aprender a arte, enquanto seu concurso de break é um viveiro de futuros profissionais. Um grande número de artes relacionadas à de várias qualidades iriam participar. Durante seus três anos na escola, me lembro de ter visto minha irmã carregando uma caixa de coletâneas para a escola.
Por assim dizer, que era a cristalização da vida escolher cor de rosa de seu ensino médio. Quanto ao que sinto sobre tudo isso, acho que é melhor para mim não dizer nada sobre isso. Vamos apenas dizer que eu quase não sentia nada, nem mesmo uma vez. No entanto, uma coletânea, hein? Eu pensei pouco sobre proposta da Chitanda e naturalmente fiz uma pergunta que me veio à mente: — Chitanda, fazendo uma coletânea é apenas um resultado final, e não a finalidade de todo o clube em si, não é?
Chitanda balançou a cabeça e respondeu:
— Não, se o objetivo do clube é a realização da coletânea, em seguida, criando resultados que poderiam atingir o seu objetivo.
— Que?
— Como eu disse, se o resultado é o objetivo em si, então tudo o que temos a fazer é almejar para o resultado, certo?
Hmm, eu levantei minhas sobrancelhas. Eu acho que entendi o que ela está tentando dizer, mas isso não é tautologia?
Enfim, uma coletânea soa enfadonho. Enquanto eu não poderia dizer com certeza que coletâneas ou qualquer outra coisa que me obrigue a escrever algo por mim mesmo são incômodos, seria melhor se eu não tivesse de fazê-lo. Se for a finalidade ou a atividade em si que obriga-me a criar algo. Atividades desnecessárias custam esforço, que é um desperdício de energia.
— Não vamos fazer uma coletânea. É muito trabalhoso. Além disso... bem, três autores é um pouco demais.
No entanto Chitanda foi firme em sua proposta.
— Não, tem que ser uma coletânea.
— Se você realmente quiser publicar alguma coisa, podemos montar um bancada ou algo assim.
— Festival Cultural Kami tradicionalmente proíbe bancadas. Então, não, tem que ser uma coletânea.
— ...Por quê?
— Nosso orçamento se refere especificamente a "publicação da Coletânea”, seria problemático se não publicássemos uma.
Chitanda tirou um pedaço de papel dobrado de seu bolso no peito e mostrou para mim. De fato, para o orçamento anual deste ano do Clube de Clássicos, a pequena quantidade de dinheiro que foi alocado foi especificamente criada para o propósito de "Publicação da Coletânea".
— Mesmo assim, Ooide-sensei pediu que nós publicássemos, como se tornou uma tradição há mais de 30 anos para o Clube de Clássicos para publicar uma coletânea a cada ano, e ele não ia assisti-la chegar ao fim.
—…
Como regra geral, pessoas razoáveis tendem a ser inteligentes. No entanto, isso não significa que as pessoas irracionais são burras. Chitanda definitivamente não era idiota, mas ela não estava sendo razoável. Para começar, ela apelou para o lado sentimental do que o lado financeiro, e decidiu a atividade do clube com base na tradição. Ainda assim, eu percebi que era ineficiente tentar argumentar contra algo feito em nome da tradição, então eu sorri amargamente e cedi.
— Ok, ok. Nós vamos publicar uma coletânea.
Assim os propósitos meus dias despreocupados terminam sem cerimônia sem. Pelo menos ainda sou saudável, acho.
A chuva ainda está caindo lá fora. Como ainda não é hora de voltar para casa, decidi perguntar: — Então, como é que você vai publicar esta coletânea?
— Como? O que você quer dizer?
— Que tipos de histórias foram escritas a cada ano?
Embora não seja provável, eu já estava resignado à escrita acadêmica, como redações com títulos de "Revisão de 'As Crônicas dos Oito Cães’", “’Contos de Lua Vaga’ - Com notas ao papel do Imperador em 'Shiramine'", ou "'O Grande Espelho'. Relativo às observações das mudanças sociais no romance, assim como contra-argumento para a redação do ano passado”. Só para garantir, eu deveria incluir um anexo também. Embora estivesse preparado para aceitar que eu, provavelmente, não produziria nada no nível das redações anteriores. De qualquer forma, não faço ideia de que tipo de formato essa tradição adota para suas redações.
No entanto, a resposta que recebi foi negativa.
— Hmm, eu não tenho certeza. Gostaria de saber o que devemos escrever?
Era de esperar. Como ela era presidente, era fácil esquecer que ela também estava apenas no clube por cerca de um mês ou assim.
— Eu tenho certeza que descobriríamos se pudéssemos encontrar as edições anteriores.
— Elas devem estar por perto. Sabe onde estão?
— Na sala do clube?
De repente me sinto patético para ir com seu ritmo. Eu prontamente apontei o dedo para o chão para ela ver.
— ...Oh! Esta é a sala do clube.
Exatamente.
— Embora mal se pareça com uma sala de clube…
Embora ela esteja certa.
Este Quarto Geologia não tinha mais nada, além de equipamentos padrões de ensino. Tudo o que se podia ver eram um quadro negro, mesas e cadeiras, bem como equipamentos de limpeza. Uma típica sala de aula no geral. Não parecia haver qualquer lugar onde livros pudessem ser guardados.
— As edições anteriores não parecem estar armazenadas aqui.
— Assim parece.
— Bem, então... vamos para a biblioteca?
Parecia apropriado, então assenti. Chitanda pegou sua bolsa e se levantou.
— Vamos.
Sem esperar pela minha resposta, ela abriu a porta e saiu. Ela é bastante proativa para uma dama elegante. Ah, bem, a biblioteca é apenas no caminho para a entrada da escola, que não é muito longe daqui.
Não, espera. Hoje é sexta feira, o que significa que a bibliotecária em serviço hoje é…
— Ora, se não é o Oreki? Faz um bom tempo, embora eu não tenha sentido a sua falta.
Ao entrar na biblioteca, fui imediatamente recebido com sarcasmo. Como esperado, a pessoa sentada atrás do balcão não era outra senão Ibara Mayaka.
Ibara e eu nos “conhecemos” faz um bom tempo, como estamos na mesma classe há nove anos, desde a escola primária. Possui características de bebê desde a infância e só têm crescido um pouco depois de se tornar uma estudante de ensino médio. Você pode achar que sua aparência de bebê junto com a baixa estatura é bonito, mas não se deixe enganar por sua aparência, pois ela carrega uma arma escondida consigo o tempo todo. Se deixar a guarda baixa, será recebido por sua mistura colorida de humor sarcástico. Foi-me dito até para ficar longe dela baseado em histórias de caras que foram enganados por sua aparência bonita, só para ser afundados instantaneamente. Sem mencionar, como resultado de nunca admitir seus erros, a maioria das pessoas pode confundi-la por uma pessoa insensível.
Embora eu, pessoalmente, realmente não acredito nessas avaliações dela.
Fiz a expressão mais desagradável que pude e respondi:
— Ei, eu vim aqui só para te ver.
— Este é um solo sagrado para o cultivo, não é feita para gente como você para visitar.
Ibara sentou de pernas cruzadas em sua cadeira atrás do balcão.
Como tudo que bibliotecários fazem é cuidar de empréstimos de livros, não havia muito para ela fazer. Uma das suas principais responsabilidades era levar a caixa contendo os livros devolvidos de volta para suas respectivas prateleiras, a Caixa de Retorno foi preenchida só com uma pilha de livros. Ibara não era do tipo relaxado, então ela provavelmente estava tentando levá-los todos de uma vez. Em sua mão estava um livro largo, que ela, sem dúvida, lia para matar o tempo.
A biblioteca estava cheia naquele momento. Havia cerca de dez mesas, e cada uma delas foi ocupado por um ou dois alunos. Havia provavelmente pessoas que foram de fato ler por prazer, embora houvesse pessoas matando o tempo enquanto esperavam a chuva parar. Notei então um dos meninos olhando para cima de nós. Reconheci-o de uma vez, já que era Fukube Satoshi.
Satoshi encontrou meu olhar e levantou-se com seu sorriso habitual.
— Ei, Houtarou, não esperava vê-lo aqui.
Ibara nos olhou com uma cara de mal-humorado e disse:
— Ainda bons amigos como sempre, não é? Como esperado do Melhor Casal de Kaburaya Junior.
Eu sabia que era inútil respondê-la, mas ainda assim disse: — Ah, cala a boca.
Ibara apenas respondeu categoricamente: — Meu, você é um bebê chorão para uma pessoa preguiçosa.
... Um bebê chorão, hein?
Ela, então, voltou-se para Satoshi com uma expressão composta.
— Fuku-chan, você sabe como são meus sentimentos, então você deve saber que eu estava brincando, certo?
— Ahh, não se preocupe com isso, Mayaka. Não tomei ofensa alguma.
— O que? Você só vai deixá-la falar que foi uma brincadeira como uma desculpa para deixá-la se safar de novo?
Satoshi olhou para mim, e depois desviou o olhar. Sorri amargamente, eu sabia que Ibara o perseguia por algum tempo. Não tenho nenhuma ideia de quando ela começou a fazer isso, apesar de Satoshi foi driblando seus avanços desde então.
Satoshi fingiu tossir em uma tentativa de mudar de assunto.
— De qualquer forma, qual o assunto do Clube de Clássicos na biblioteca?
Ah, sim, eu não vim para a biblioteca só para ver Ibara. Pedi para Chitanda dizer alguma coisa. Como se sofresse de medo do palco, nossa dama disse nervosamente para Ibara: — Uh, uhmm, oi. Posso pedir algo á você?
— Claro, em que posso ajudá-la?
— Eu gostaria de perguntar se há algumas coletâneas aqui na biblioteca?
— Yep, estão aquelas prateleiras bem ali.
— Será que eles têm o do Clube de Clássicos?
Ibara inclinou a cabeça e perguntou:
— O Clube de Clássicos? ... Hmm, eu sinto muito, não acho que tenho certeza disso. Devo procurá-los para você?
Chitanda estava prestes a expressar sua gratidão, Satoshi a parou.
— Você não vai encontrar nenhum. Eu olho ocasionalmente para cima das prateleiras, então deveria saber. Mayaka, onde mais eles poderiam ser encontrados se não estão nas prateleiras?
— Hmm, se eles não estão nas prateleiras, então eles devem estar nos arquivos.
— Os arquivos, heh?
Satoshi pensou um pouco antes de perguntar:
— Chitanda-san, porque você esta procurando coletâneas de redações?
— Publicaremos uma para o Festival Cultural, então estávamos pensando se podemos dar um olhar nas edições anteriores para referência.
— Ah, então eles são para o Festival Kanya, hein? Não sabia que estavam bem informados sobre essas coisas, Houtarou.
Informado? Em vez disso, eu era obrigado a trabalhar para ela. Além disso, Chitanda provavelmente nem sequer precisa que eu seja bem informado.
Espere, que festivald mesmo?
— Satoshi, como você acabou de chamar o Festival Cultural?
— O Festival Kanya. Você não ouviu isso antes? É o apelido para o Festival Cultural Kami.
Um apelido, hein? Algo como o Festival de Sophia da Universidade Sophia, ou o Festival de Mita para a Universidade Keyo? Então, novamente, como a história sobre os quatro "Clãs exponenciais", acho que é difícil de acreditar.
— Parece suspeito. Isso é verdade?
— É claro que é verdade, mas é um apelido oficial. Ouvi que todos os mais velhos no Clube de Artesanato o chamam de Festival Kanya. É o mesmo no Clube de estudos de Mangá, Mayaka?
Então Ibara está no Clube de Estudos de Mangá, hein? Isso não combina muito com sua imagem, parece impróprio para ela.
— Sim, todo mundo lá o chama de Festival Kanya. Até a comissão do festival chama assim.
— Kanya? Como se escreve em kanji?
Satoshi colocou a mão em seu queixo e disse:
— Não sei, todo mundo chama ele assim.
Parece que é verdade que “Festival Kanya"é um apelido. No entanto, eu não conseguia pensar em nenhuma palavra que combina com a ortografia de “Kanya”. Oh, bem, buscando a etimologia de um nome tão bobo, é provavelmente uma profissão em si. Enquanto eu estava pensando nisso, Satoshi acrescentou:
— Talvez seja abreviação de “Kamiyama", transformando em "Kanyama”, e por sua vez, evoluindo para "Kanya".
Como esperado para um especialista de conhecimento trivial.
Como saímos do assunto, Ibara nos puxou de volta firmemente.
— De qualquer forma, coletâneas, certo? Provavelmente as encontraremos se procurarmos nos arquivos, embora a bibliotecária chefe esteja em uma reunião agora e não podemos entrar sem a permissão dela. Ela provavelmente vai estar de volta em meia uma hora, querem esperar?
Meia hora, hein? Nem Chitanda estava com pressa de querer vê-los de vez, então ela olhou para mim e sussurrou: — O que vamos fazer agora? — Eu estava bem com qualquer decisão, mas notei que ainda está chovendo muito lá fora. A previsão do tempo disse que a chuva vai parar em algum momento da tarde e teríamos uma noite estrelada, mas como a chuva não dava sinais de parar agora, não temos escolha a não ser esperar.
— Acho que vou esperar.
Eu decidi voltar para o meu livro de bolso e continuar na página onde eu estava lendo. Satoshi puxou a manga de Ibara e disse: — Mayaka, por que não conta para o Houtarou sobre a história que você estava me dizendo mais cedo?
Ibara levantou as sobrancelhas e pensou por um momento antes de assentir.
— Tudo bem. Oreki, você já se sentiu vontade de exercitar seu cérebro de vez em quando?
Não.
Mas Ibara também não.
— Que história você está falando?
Satoshi respondeu à pergunta de Chitanda com seu habitual sorriso em seu rosto.
— Aquele sobre o livro popular, que ninguém nunca lê.
— Como você sabe, meu turno é toda sexta-feira depois da aula, e eu descobri recentemente que o mesmo livro foi devolvido durante este tempo toda semana. Esta é a quinta semana consecutiva. Você não acha isso estranho?
Ibara começou a falar enquanto eu estava ocupado procurando uma mesa onde eu poderia sentar e ler meu livro. Infelizmente, não havia mesas disponíveis nesse local lotado. Então, não tive escolha a não ser sentar no topo da mesa que Satoshi havia ocupado.
Como a mesa estava perto do balcão, podíamos ouvir vozes Chitanda e Ibara a partir daqui.
— É um livro popular?
— Isto se parece com um?
Ibara nos mostrou o livro grosso que estava segurando.
— Oh, um livro tão bonito…
Chitada ofegou em admiração e então olhou para minha direção. A expressão feliz da nossa dama foi como se eu tivesse acabado de comprar um livro esplendidamente ligado a ela. O livro foi encadernado em capa de couro finamente decorado com padrões detalhados. Sua cor azul escuro emitia uma aura solene sobre ele. O título do livro era "Ensino Médio Kamiyama: Caminhando Juntos há 50 anos” Além de ser espessa, era também bastante grande no seu comprimento e largura.
— Posso dar uma olhada dentro?
— Claro.
Ao tomar o meu livro de bolso da minha bolsa de ombro, eu comecei a procurar a página onde parei a leitura. No entanto, a minha visão do romance foi rapidamente substituída por páginas de alta qualidade. Fora Chitanda, que ao abrir o livro acima mencionado – "Escola secundaria de Kamiyama: Caminhando Juntos há 50 anos" — colocou-o em cima do meu romance, a fim de mostrá-lo para mim. Enquanto eu não estava exatamente interessado, também não ia ignorá-lo, e dei uma rápida olhada em seu conteúdo. Não tem nada mais sobre ele além de uma descrição da história da escola, e vai como tal:
1972
Eventos no Japão e no mundo:
 15 de Maio: Retorno da Soberania de Okinawa. Estabelecimento da Prefeitura Okinawa.
 29 de Setembro: Assinatura do Comunicado Conjunto de Japão e China. Normalização das relações diplomáticas entre os dois países.
 Aumento súbito da terra e preços das mercadorias este ano.
Eventos em Escola Secundária Kamiyama
◯ 7 de Junho: Primeira vitória para o Clube de Arco e Flecha do Ensino Médio Kamiyama no Torneio de Novatos da Prefeitura.
◯ 01 de Julho: Cancelamento da Viagem de Campo do 1º Ano por causa de tufão.
◻ 10-14 de Outubro: Festival Cultural.
◻ 30 de Outubro: Festival de Esportes.
◻ 16-19 de Novembro: Viagem de Campo do 2º Ano — Sasebo em Nagasaki.
◻ 23-24 Janeiro: Curso de Esquiar do 1º Ano.
◯ 02 de Fevereiro: Serviço Religioso para o Estudante do 1 º Ano Ooide Naoto, que morreu em acidente de carro.
Ele estava cheio de detalhes. Seria preciso um conjunto específico de fatos para ler realmente tudo isso. Eu não iria tão longe a ponto de pedir emprestado o livro uma vez por semana, a fim de ler tudo, mas eu não ficaria surpreso se alguém realmente fez isso apenas por o seu conteúdo.
— Houtarou, você estava pensando "Eu não ficaria surpreso se alguém realmente pegasse emprestado que uma vez por semana", não é?
Pare de ler minha mente seu maldito telepata.
Vendo como eu não o repreendi, Ibara inchou o peito, particularmente pequeno, e disse: — Não é tão simples. Você raramente vem aqui para pegar livros emprestados e por isso não sabe. Ouça com atenção, o período mais longo que se pode pegar um livro emprestado é de duas semanas. Então, não era preciso pegar o livro e devolvê-lo uma semana depois.
— E ainda assim este livro foi devolvido aqui toda semana.
...Entendo. Esta é certamente uma ocorrência estranha.
— Existe uma maneira de descobrir quem tomou emprestado o livro?
— É claro. Há uma lista detalhando os registros de empréstimos na parte de trás. Dê uma olhada.
Chitanda imediatamente virou para a capa e viu a lista
— Hein?
Ela engasgou.
— O que há de errado?
A lista continha os nomes dos devedores, assim como as datas que haviam emprestado o livro. Poderíamos dizer que eles de fato haviam emprestado o livro uma vez por semana. Mas esse não foi o motivo de Chitanda ter engasgado, com o dedo apontado a lista de nomes para mim.
O devedor esta semana foi Machida Kyouko da classe 2-D. Na semana passada, foi
Sawakiguchi Misaki da classe 2-F. Duas semanas atrás, Yamaguchi Ryouko, Classe 2-E. Três semanas atrás, Shima Saori, Classe 2-E. E há quatro semanas, Suzuki Yoshie, Classe 2-D.
— Em outras palavras, ele é emprestado por uma pessoa diferente a cada semana?
— Isso não é tudo.
Chitanda mostrou-me as datas. Quando olhei com cuidado, a última data era hoje. E a data anterior era exatamente sete dias atrás.
— O livro era emprestado às sextas-feiras.
— Exatamente. O livro foi emprestado e voltou no mesmo dia. Este Kyouko Machida pegou o livro mais cedo hoje, só para devolver mais tarde. É o mesmo para os outros que pegaram emprestado durante cinco semanas consecutivas. Podemos também dizer que eles pegam o livro sempre na hora do almoço em uma sexta-feira e depois devolvê-lo depois da escola, onde eles sempre encontram tempo para lê-lo ?
—…
— Então? Você esta curiosa?
Ao devolver o livro para Ibara, Chitanda acenou com a cabeça suavemente.
— Sim ... eu sou muito curiosa.
Ela falou em um tom mais firme do que o habitual. Bem como da última vez, suas pupilas pareciam que tinham ficado maiores, revelando um forte interesse dentro deles.
— Por quê?
Graças ao mistério de Ibara, a chama da curiosidade de nossa dama tinha sido inflamada. Satoshi não seria utilizado como água para apagar o fogo, como ele provavelmente se faria de bobo e diria: — Eu não sei nada sobre isso — decidi voltar a ler o meu romance.
Mas fui ingênuo, porque eu nunca esperava que a lança seria apontada diretamente para mim. Mais uma vez, Chitanda colocou o livro grosso “Ensino Médio Kamiyama: Caminhando Juntos há 50 anos" em cima do meu romance e disse:
— Então, o que você acha, Oreki-san?
— Hein, eu?
Em vez de seu sorriso genthabitual il, Satoshi agora estava sorrindo provocantemente para mim. Percebi o que tinha acontecido imediatamente. Ele havia conseguido me enganar em sua armadilha. Xingarei ele e seus planos malditos.
— Vamos pensar sobre isso juntos.
—...
— Vamos, Oreki-san?
Por quê? Por quê eu? Enquanto eu estava bem com curiosidade vigorosa da Chitanda, e enquanto eu poderia admitir que Satoshi pudesse ter algumas qualidades positivas, mesmo que seja como uma brincadeira, por que eu deveria ser obrigado a jogar seus jogos e mter-me com ela?
Ainda assim, era verdade que as coisas têm se desenvolvido a um ponto em que me meter fora por conversa fiada seria um saco. Então não tinha escolha além de responder como tal — ...sim, eu acho que é interessante. Vou pensar sobre isso.
Ibara ficou ao lado de Satoshi e perguntou: — Fuku-chan, Oreki é realmente inteligente?
— Nem um pouco. Ele geralmente não é confiável, mas, ocasionalmente, ele pode cumprir a demanda.
Por que você esta sendo tão desacarado?
E então eu comecei a pensar.
Para um livro a ser emprestado e retornar no mesmo dia durante cinco semanas consecutivas por pessoas completamente diferentes, a possibilidade de uma coincidência não poderia ser descartada, mas não acredito que tudo era por causa de algum Deus da coincidência. Além disso, Chitanda não teria aceitado isso como uma explicação. Fazê-la aceitar as coisas era mais importante do que a verdade.
Então, jogando fora a teoria de que era uma coincidência, também ficou claro que o livro não foi emprestado com o propósito de lê-lo, já que não haveria tempo para lê-lo entre ele ser emprestado durante a hora do almoço e ser devolvido após as aulas. Se você pensar sobre isso, teria sido mais lógico levar para casa para ler, ou apenas ler o livro na biblioteca depois da escola. Para o último caso, não teria haveria a necessidade de pedir o livro emprestado da biblioteca. Assim, este livro não foi emprestado para o seu uso inicial.
— .. Então, se o livro não foi emprestado para ser lido, então, para que ele foi pego?
Chitanda respondeu: — É pesado, talvez por isso ele possa ter sido usado para comprimir legumes em conserva?
Satoshi respondeu: — Talvez ele é usado como um escudo ou algo assim?
Ibara respondeu: — Ele é grosso, por isso é provavelmente é usado como um travesseiro.
Eu nunca deveria ter perguntado a vocês.
Decidi mudar o foco.
Por que o livro é pego por uma pessoa diferente a cada semana? Além de ser uma coincidência, que já foi descartada, havia dois pontos para consideração. Primeiro, as meninas parecem não ter nada em comum, mas é claro que eles estavam usando durante as tardes de sexta-feira para um tipo de ritual, e se revezaram para pegar emprestado.
Quanto a que ritual, talvez adivinhação? Algo como "Seu item de sorte deste mês é a história da escola. Se você pedir ele todas as tardes de sexta-feira e devolvê-lo no mesmo dia, conhecerá o homem dos seus sonhos"?
... Não, parece bobo demais.
Isso deixa o segundo ponto, que as meninas têm algo em comum.
Um olhar sobre os seus nomes revela que elas são, claramente, todas meninas. Mas apenas isso não é suficiente para estabelecer um traço comum. Dentro de Kami, se cinco pessoas foram escolhidas aleatoriamente, havia uma grande possibilidade de que elas poderiam ser meninas, mas já era comum para as pessoas do mesmo sexo se reunirem em um ambiente comunitário de qualquer maneira.
Sua outra característica em comum seria que eles são todos os anos segundo, mas suas aulas são diferentes.
Hmm ...?
Agora que eu penso sobre isso ...
— O que é isso? Você pensou em alguma coisa?
...Talvez eu tenha pensado em alguma coisa, mas meus pensamentos foram explodidos por interrupção de Satoshi. Agora, onde eu estava?
De qualquer forma, eu vou começar de onde meus pensamentos começaram a ligar: — Deve haver um sinal ou algo assim, Por exemplo... talvez elas foram se comunicar umas com as outras secretamente, onde devolver o livro para cima significa "sim" e voltada para baixo significa “não”.
— O que eles estavam se comunicando?
— É apenas um exemplo. Pode ser qualquer coisa.
Chitanda começou a se inclinar a cabeça e comecei a pensar. Sim, é isso, você só esta digerindo tudo isso lentamente.
Embora o único que não engoliu foi a Ibara.
— Isso seria impossível, olha.
Ibara apontou para a Caixa de Retorno. Havia um monte de livros empilhados por dentro. Entendi, não havia nenhuma maneira de dizer se esse livro foi devolvido para cima ou para baixo. A única pessoa que sabe o caminho do livro seria o bibliotecário em serviço.
Maldita. Qualquer ideia descuidada acabaria como presa fácil para Ibara abater.
Eu não conseguia pensar em nada. Eles podem ter uma chave reserva para abrir a caixa, mas não tenho como saber. Agora, se houve alguma dica. Eu olhei para a capa dura bem decorada do livro encadernado nas mãos da Ibara e perguntei onde eu poderia encontrar qualquer declaração de renúncia dentro do livro.
Isso foi quando Chitanda de repente entrou em minha visão. Ela esticou seu corpo sobre o balcão e apenas olhou para o livro que Ibara segurava firmemente contra seu peito.
— Eh? Eeh?
Ibara estava estupefada com tal reação. Entendo como ela se sente.
— O que foi Chitanda? Você encontrou alguns símbolos escondidos na tampa ou algo assim?
Chitanda permaneceu imóvel e disse:
— ...Este livro... parece ter algum tipo de perfume.
Ela resmungou.
— Sério? Ibara, pode me emprestar isso? ...Não sinto cheiro de nada.
— Não, eu tenho certeza disso.
— O livro em si não tem qualquer odor. Talvez seja a tinta, ou a biblioteca?
Chitanda balançou a cabeça para sugestão do Satoshi.
Ambos Ibara e Satoshi também se revezaram para sentir o cheiro do livro, mas não conseguiram detectar qualquer cheiro, e ambos levantaram as sobrancelhas e inclinaram a cabeça com perplexidade.
— Eu realmente não posso dizer o que o cheiro era, mas era forte, como solvente de tinta.
— Pare de dizer algo tão perigoso.
— Eu disse? ...Realmente não notei.
Nem eu poderia, mas eu tinha uma sensação de que Chitanda estava certa. Nossa dama tinha sido inflexível sobre isso. E eu nunca teria pensado que ela iria dizer que era solvente de tinta.
Se assumirmos que é, então... Hmm.
...Posso conseguir algo.
Mas é incômodo para explicar tudo.
Enquanto eu pensava sobre o que fazer a seguir, Satoshi já tinha lido os meus pensamentos e disse: — Houtarou, seu rosto me diz você descobriu alguma coisa.
— Eh? Oreki realmente descobriu algo?
Notando Ibara se virar para me olhar completamente cética, balancei a cabeça e respondi honestamente:
— Mais ou menos, eu não estou totalmente certo ... Chitanda, está disposta a fazer um pouco de exercicío? Eu gostaria que você fosse um lugar para mim.
Chitanda provavelmente era do tipo que corre de uma vez após dizendo-lhe para onde ir, mas Satoshi parou enquanto sorria.
— Não se deixe enganar por ele, Chitanda-san. Você não quer acabar fazendo pequenos serviços para Houtarou agora, não é? Ou você vai acabar fazendo exatamente o que ele quer. Então, onde é que você estava pensando em ir?
Como de costume Satoshi tende a falar muito quando Ibara está por perto. Ainda assim, como ele não estava exatamente errado, quase não fiquei ofendido. Era verdade que eu não iria fazer as coisas se tivesse alguém para fazer por mim.
— Muito bem, eu vou junto. Como não tivemos aulas de educação física graças à chuva, ainda tenho um pouco de energia residual deixada dentro de mim.
Chitanda foi obrigado a vir quando eu disse isso. E então…
— Hmm, acho que vou ir junto, ficarei um pouco chocada se Oreki realmente conseguir resolver este caso... Fuku-chan, importa preencher meu turno para mim?
Ibara saiu do balcão após dizer isso. Satoshi parecia surpreso enquanto ele respondia: — Ah, tudo bem — E se manteve em silêncio durante a caminhada para trás do balcão. Faz um bom tempo desde que eu o vi triste.
Depois de ser satisfeito com os resultados obtidos que tínhamos, voltamos para a biblioteca.
— Como é que foi?
— Fuku-chan, Oreki é um pouco estranho.
— Claro que ele é, você não sabia?
— Como é que ele consegue entender tudo isso…
Ela parecia incomodada enquanto murmurava "Como chegou nisso..." É como se ela me vesse como um vencedor em uma aura brilhante, apesar de eu não teria sido capaz de brilhar sem um pouco de sorte.
— Estou realmente surpresa com você, Oreki-san. Estou muito curiosa para saber o que você está pensando.
Uma imagem de Chitanda fazendo uma lobotomia sobre a minha cabeça no porão de uma mansão (gótica) durante uma noite de tempestade, veio na minha mente num piscar.
Só de imaginar isso me deu arrepios. Eu não diria isso em voz alta, mas a capacidade de Chitanda para farejar um perfume fraco enquanto ninguém mais poderia era um grande mistério para mim.
— Se for o Oreki-san, então ele poderia …
Então eu poderia o quê? Por favor, não me diga que eu poderia ser usada como ingredientes de algum organismo cibernético.
Ao trocar de lugar com Ibara no balcão, Satoshi perguntou: — Então, vamos ouvir a explicação. Houtarou, onde vocês foram, exatamente?
Coloquei os cotovelos no balcão e respondi: — Para a sala de preparação de Artes.
— A sala de Artes? No extremo oposto do campus?
— É por isso que eu não queria ir sozinho.
— O que você encontrou lá?
— Apenas ouça.
Eu repeti o que eu tinha explicado a Chitanda e Ibara anteriormente: — Este livro foi usado entre os quinto e sexto períodos toda sexta-feira, provavelmente nestes dois períodos inteiros. Primeiro, nenhuma menina teria qualquer utilidade para um livro tão enorme durante a pausa para o almoço, a leitura também é fora de questão. E assim, este livro foi utilizado durante as aulas, que envolve diferentes classes do mesmo ano.
Meus pensamentos já haviam chegado a este ponto, antes de serem arrancados pela interrupção de Satoshi. Foi o mesmo motivo pelo qual Chitanda se lembrou do meu nome após me ver apenas uma vez. E onde foi que ela tinha me visto?
— Poderia ser tanto durante educação física ou artes. Não importa como você o veja, ninguém teria grande uso para um livro durante a EF. Dê uma olhada na capa do livro, parece ter algo acumulado nele... Você percebe um tom agradável de cor? Essas cinco meninas estavam usando o livro para suas aulas, e eles decidiram se revezarem pegando o livro a cada semana.
Satoshi interrompeu e disse: — Mas eu não entendo por que elas iriam fazer com ele uma vez por semana, eu quero dizer, você poderia pedir até duas…
— Pare de dizer a mesma coisa que a Ibara. Vocês dois devem estar se dando realmente bem para dizer a mesma coisa. Satoshi, por quê você manteria um livro que você não tem intenção de ler? Seria, claramente, mais eficiente para devolvê-lo a biblioteca em vez de carregar para casa.
— Entendo. E o que você mostrou para eles lá?
— Certamente você já deve ter adivinhado por agora. Pinturas e desenhados das alunas das classes 2-D, 2-E e 2-F, que se ajudaram nas aulas de artes.
Lá estavam várias pinturas de diferentes estilos, mas de objetos semelhantes.
Eram retratos de suas próprias companheiras, sentada ao lado de uma mesa decorada com uma flor. E na mão de cada uma das meninas não era outro senão o elegantemente livro encadernado de capa dura, "Ensino Médio Kamiyama: Caminhando Juntos há 50 anos". Era um desenho bastante detalhado, e artisticamente falando, era muito fascinante.
— Muito impressionante, Houtarou. Então, o que era o perfume que Chitanda-san cheirava?
— O cheiro de tinta, é claro. Ela percebeu isso também, já que a sala de Artes estava cheia de equipamentos de pintura.
Satoshi começou a bater palmas sem reservas.
— Uau, isso foi fantástico. Graças a você, eu consegui matar algum tempo com qualidade.
Chitanda sorriu gentilmente em aprovação.
— Sim, foi divertido. Foi como se o tempo voasse.
— Eu não tenho certeza de quanto tempo se passou... mas eu não posso acreditar que o Oreki realmente conseguiu resolver isso!
Enquanto todos pareciam impressionados, era diferente para mim. Ibara foi quem achou que essa coisa toda era estranha, Chitanda foi a única que decidiu investigar por curiosidade e Satoshi queria apenas curtir o passeio, eles eram todos diferentes de mim. Como eles estavam tendo uma catarse2, comecei a me perguntar se eu teria uma reação semelhante ao começar o Festival Kanya.
A chuva parecia estar ficando mais fraca. Acho que é hora de ir para casa.
Como eu estava prestes a pegar a minha bolsa de ombro, Chitanda me parou.
— Ah, não podemos ir sem esperar.
— O quê? Tem mais alguma coisa pra fazer?
Notei Satoshi e Ibara me olhando friamente. Eu fiz algo errado?
— Oreki, por quê você veio aqui para começar?
Para resolver o mistério do livro popular que nunca ninguém lê…
Não, espere. É isso! A coletânea. Satoshi riu.
— Ah vamos lá, Houtarou ocasionalmente deixa cair alguns parafusos soltos.
— Ocasionalmente? Fuku-chan, você está sendo muito gentil.
Argh, eu acabei dando uma de idiota na frente de vocês dois.
2 Psicanálise: É provocar em outra pessoa, de forma controlada, o despertar de emoções contidas e omitidas, que precisam ser despertas e expostas, para a liberação de bloqueios emocionais Ibara parecia que estava prestes a ir quando uma voz veio de trás do balcão.
— Ibara-san, obrigado pelo bom trabalho. Você pode ir para casa agora.
— Ah, sim, claro. Você vai sair Itoikawa-sensei?
Ela era uma professora, embora eu nunca a vira, eu sabia que ela era a bibliotecária chefe. Para uma mulher chegando ao fim de meia-idade, ela tinha uma estatura muito pequena. Um olhar sobre seu crachá revelou seu nome completo — Itoikawa Youko.
Com a chegada de bibliotecária chefe, Satoshi começou imediatamente a falar.
— Sensei, eu sou Fukube Satoshi do Clube de Clássicos. Estamos planejando publicar uma coletânea e gostaria de ver as edições anteriores como referência, mas não consigo encontrá-los nas prateleiras abertas. Então nós estávamos se perguntando se poderíamos procurar por elas nos arquivos?
— O Clube de Clássicos? ... Coletânea?
Itoikawa pareceu surpresa quando ela disse. Ela provavelmente pensou que o Clube de Clássicos tinha sido abolido ou algo assim.
— Você está no Clube de Clássicos? Bem... Eu sinto muito, mas a biblioteca não possui qualquer coletânea que eu saiba.
— Eh, e nos arquivos?
— Não há qualquer coisa lá também.
— Talvez algo tenha sido esquecido…
— É pouco provável.
Estranhamente, ela respondeu com muita firmeza. Eu não vejo nenhuma razão para a bibliotecária chefe esconder nada de nós. Talvez os arquivos tenham sido revisados recentemente?
Ao receber uma resposta negativa, Satoshi não tinha escolha a não ser desistir.
— É mesmo? Entendo... O que vamos fazer agora, Chitanda-san?
— Isso é preocupante.
Chitanda olhou para mim com um olhar deprimido. Mesmo que você me olhe, não há nada que eu possa fazer além encolhendo os ombros
— Eu tenho certeza que vamos encontrá-los eventualmente. Vamos para casa. Eu disse e peguei minha bolsa de ombro, Ibara disse friamente: Você se sente bastante descontraído, olhando tudo relaxado depois de resolver um problema.
Só porque eu resolvi um problema não significa que estou todo relaxado. Ibara, sua acusação é falsa. Apesar de que o que minha mente estava dizendo que era inútil dizer isso em voz alta, então eu dei de ombros.
— Sim, você está certo. Vamos para casa... Já fizemos algo lucrativo.
Chitanda disse algo totalmente incompreensível.
De qualquer forma, nosso negócio aqui está feito. Desta vez, pendurei minha bolsa no ombro e sai para encontrar a chuva que já tinha parado e os raios da luz do sol brilhando através das nuvens. Quando me virei e olhei em volta, pude Chitanda sussurrando a mesma coisa de novo:
— É isso mesmo, se for o Oreki-san, então ele poderia ...

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