Capitulo 02 – A Melancolia de Sua Majestade [Download]
Manhã.
Os colegas de classe de Louise a olharam surpreendidos enquanto ela entrava. Devia ser porque ela estava arrastando atrás dela um ser acorrentado, trancado e meio quebrado. Seu rosto emitia uma aura extremamente perigosa e seu lindo rosto estava curvo em ira.
Foi direto sentar-se.
–Eh... Louise, o que é isso que você leva aí? – perguntou Montmorency a Fragrância, boquiaberta.
–Meu familiar.
–Oh... certo... realmente se parece com ele olhando de perto. – apesar dos grandes vergões e manchas de sangue por todo o corpo ainda podia-se reconhecer que aquela coisa era anteriormente chamada de Saito. Suas mãos estavam presas na cabeça, e ele era arrastado como um saco de lixo.
–O que foi que ele fez?
–Se enfiou em minha cama.
–OH! – exagerou Montmorency com sua surpresa, jogando seu cabelo ondulado. Vulgar! Entrar assim em sua cama é tão... Oh! Sujo! Impuro! Muito impuro! – começou a morder seu lenço enquanto murmurava coisas sobre seus ancestrais e assuntos desse tipo.
Agitando seu cabelo vermelho vivo, Kirche entrou na sala e ficou olhando para Louise
–Deve ter sido sua sedução, não é Louise? Sua suja, suja Louise, você seduziu Saito como uma prostituta (1), não é mesmo?
(1) Antes de me crucificarem, eu traduzi da palavra whore, que significa literalmente prostituta.
–Que é a suja aqui? Não seria você? Eu nunca o seduziria!
–Deus... todo machucado desse jeito... pobre garoto... deixe-me curar você. – Kirche abraçou a cabeça de Saito. Os seios grandes quase o sufocavam, mas ele não ofereceu resistência, pelo contrário ele gostou tanto que sentia que o céu tinha vindo até ele.
–Ai, ai, ai...
–Você está bem? Onde está doendo? Vou curar você com um feitiço de cura...
–Pare de mentir! Você não pode usar feitiços de cura, que são do tipo água. Seu nome rúnico é Fogo, de fogosa. Ande e vá se refrescar um pouco.
–É ardente. AR-DEN-TE. Nunca pensei que sua memória fosse Zero também. – Kirche olhou para o peito de Louise. – Parece que o apelido Zero não é só para sua magia e peitos!
O rosto de Louise ficou vermelho em um instante. Depois disso, ela riu friamente, mordendo o seu lábio.
–Por que tenho de ser ofendida por alguém que sabe se orgulhar apenas de seus peitos? Está dizendo que uma mulher vale o tamanho de seus peitos? Essa é uma maneira muito asquerosa de se pensar! Seu cérebro deve estar vazio ou algo assim... todos nutrientes devem ter ido Pa-para seus p-peitos...... seu cérebro deve... d-deve estar va-vazio... – por mais que ela tentasse aparentar tranqüilidade, sua voz tremia. Parecia que ela havia tomado aquilo como uma grande ofensa pessoal.
–Sua voz está tremendo Vallière. – disse Kirche, ela pegou Saito, cheio de feridas e vergões e colocou o rosto dele em seus peitos.
–Oh, querido, você acha que essa Kirche de peitos grandes é estúpida?
–N-Não... V-Você é muito inteligente! – Saito estava em êxtase com a cabeça entre os peitos de Kirche.
A sobrancelha de Louise alçou e ela puxou a corrente que ela tinha na mão.
–Venha aqui Saito!
Saito, com a cabeça, as mãos e todo o corpo preso, caiu no bruscamente no chão. Louise parou atrás dele e falou duramente:
–Quem te deu permissão para falar como um humano? Acho que os cães devem dizer
“Woof”, cão.
–Woof. Sim, ama. – replicou Saito em voz baixa.
–Cão estúpido! Fale de novo. Quando você quer dizer sim o que deve dizer?
–Woof.
–Isso. Você diz “Woof” uma vez. E quando você quiser dizer: “Entendi, ama?”
–Woof, Woof.
–Ceeeerto! Você diz “Woof” duas vezes. E quando é “Quero ir ao banheiro”?
–Woof, Woof, Woof.
–Ceeeerto! Você diz três vezes. Esse é o vocabulário suficiente para um cachorro estúpido. Você não tem que dizer nada mais, entendeu?
–...Woof.
–Um “Woofador (2) querido” continua sendo lindo! – disse Kirche acariciando o queixo de Saito. – Auu... Você pode ir para minha cama hoje. O que acha? Você pode fazer “Woof, Woof” e vou deixar você lamber quantos lugares você desejar...
Saito saltou rapidamente sobre os seus joelhos e abanou o seu rabo, que era feito com uma vassoura que Louise havia colocado em sua calça na noite passada. Tinha até uma orelha de cachorro feita de trapos sobre sua cabeça.
–Woof! Woof! Woof! Woof!
Louise puxou silenciosamente e com força a corrente que prendia Saito.
–Seu pequeno... – disse amargamente, e colocou o pé sobre ele.
–Por acaso não disse apenas “Woof” como você queria que eu fizesse? – Saito já havia tido o suficiente, levantou com uma cara de “Agora vou te dar uma lição”, caminhou até Louise. Tudo o que ela teve que fazer foi puxar a corrente nos pés dele e ele caiu fazendo um grande barulho.
–Você não tem absolutamente nenhuma diferença de cachorros e suas épocas de paixão. Não apenas abanou o rabo para uma mulher Zerbst, como também tentou atacar sua própria ama. Depreciativo. Muito, muito, muito impróprio. – Louise pegou o chicote em sua bolsa e começou a bater em Saito.
–Ai! Pare! Pare! PARE!
Com o corpo amarrado, Saito só podia rolar pelo chão.
–Ai? Não é “Woof”? É “Woof”! Todos os cães dizem “Woof”!
Os sons das chicoteadas ressoava através do salão de leitura. O cabelo de Louise se agitava enquanto ela corria atrás de Saito, que tentava fugir engatinhando, e era açoitado continuamente. Ele fazia um queixoso “Woof” quando era acertado. Ninguém que o visse assim acreditaria que ele era um familiar lendário.
Os estudantes na sala viam essa cena vergonhosa, perguntando se era realmente ele que tinha vencido Guiche o Bronze e se era realmente ele que tinha capturado Fouquet.
CRACK! CRACK!
Os estudantes observavam silenciosamente Louise batendo em Saito. Louise, que tinha toda a sua atenção focada em açoitar Saito, recém se deu conta de que todos estavam olhando para ela, e seu rosto ficou vermelho. Guardou o chicote precipitadamente e disse:
–A di-disciplina termina aqui!
Sabemos que é disciplina, mas isso... Horrorizados com a cena, os estudantes se viraram.
–Você não é a única “fogosa” Vallière? – disse Kirche aborrecida.
Louise a fulminou com um olhar. Saito com continuas dores e feridas, desmaiou e simplesmente caiu no chão, sem vida. A porta se abriu, e apareceu o professor Kaita. Os estudantes se sentaram.
O professor Kaita era o que havia brigado com a professora Chevreuse por estar dormindo durante o incidente do roubo de Fouquet, e o qual Osmond disse que era muito fácil de aborrecer. Cabelo grande e negro e uma capa muito escura. Cada movimento dele dava uma sensação pouco amistosa e desconfortável. Apesar de ser jovem, seu jeito antipático e seu olhar frio lhe deu uma má reputação para os estudantes.
–Comecemos a aula. Como todos sabem meu nome rúnico é “Rajada”. Kaita a Rajada.
– ele foi envolto em olhares atônitos, e satisfeito com isso, continuou:
–Você sabe, senhorita Zerbst, qual o elemento mais poderoso?
–Não seria o Vácuo?
–Não estou perguntando sobre lendas. Quero saber sobre coisas reais.
–Então tem de ser o elemento Fogo, Professor Kaita. – Kirche disse com confiança.
–Oh, por que acha isso?
–O calor da paixão pode queimar toda e qualquer coisa, não é?
–Temo que não seja bem assim. – disse Kaita, pegando a varinha de sua cintura. – Vamos tentar. Acerte-me com seu melhor ataque elemental de Fogo.
Kirche ficou surpresa. O que esse professor está fazendo?
–O que aconteceu? Parece que você trabalha melhor com feitiços de fogo, me enganei? – desafiou Kaita.
–Não vai ser uma simples queimadura. – Kirche piscou.
–Não tem problema. Ataque-me com tudo o que você tem. Não me diga que a cor flamejante do cabelo dos Zerbst é apenas uma questão de estilo?
O usual sorriso enérgico de Kirche desapareceu. Retirou a varinha de seu decote, seu cabelo longo, feroz, carmesim, com as pontas movendo-se, estalando, como se estivesses em chamas. Agitou a varinha e de sua mão direita entendida apareceu uma pequena bola de fogo. Enquanto Kirche recitava o feitiço, a bola de fogo se expandia, convertendo-se em uma grande esfera de fogo de um metro de diâmetro. Os estudantes se esconderam debaixo de suas mesas em pânico. Kirche girou a mão e voltou ela até seu peto, liberando a bola de fogo.
Parecia que Kaita não ia desviar da grande bola de fogo que ia até ele. Alçou sua varinha e balançou ela como se fosse uma espada. Um vento feroz começou e instantaneamente desfez a grande bola de fogo. Até mesmo derrubou Kirche, que estava parada do outro lado da sala.
–Digo agora a todos que o elemento mais forte é o Vento. É muito simples. O vento pode dissipar tudo. Fogo, Água e Terra; nenhum deles pode fazer nada contra uma rajada de vento forte o suficiente. – anunciou Kaita energivamente. – Desafortunadamente, a realidade não me permite experimentar, mas inclusive o Vácuo não poderia resistir. Esse é o elemento Vento.
Kirche ficou parada, contrariada, e cruzou os braços. Kaita não lhe deu atenção e continuou falando:
–O vento invisível será o escudo que protege a todos, e se necessário é uma lança que atravessa os inimigos. E mais uma razão do vento ser o mais poderoso é... – ele ergueu sua mão. – YOBIKISUTA DERU WIND... – e disse o seu conjuro.
De qualquer maneira, nesse exato momento, a porta da sala se abriu, e um nervoso Colbert entrou. Estava vestido de maneira estranha, com uma peruca grande e dourado sobre sua cabeça. Em uma explicação mais detalhada, seu traje tinha as bordas mais intricadas e decoradas. Por que ele está vestido assim? Todos pensaram.
–Professor Colbert? – Kaita alçou uma sobrancelha.
–Eh... Me desculpe por interrompe-lo, Professor Kaita.
–Estamos em aula. – replicou friamente Kaita, com o olhar fixo em Colbert.
–À partir de agora, as aulas de hoje estão canceladas. – anunciou Colbert severamente. A felicidade emanava na sala de aula. Para fazê-los parar, Colbert agitou ambos os braços e continuou. – Tenho algo a anunciar a todos. – Colbert inclinou exageradamente a cabeça para trás, e por causa disso sua peruca caiu no chão.
A tensão criada por Kaita se rompeu, à medisa que os risos invadiam a sala.
–Silêncio! – gritou Colbert envergonhado. – Somente plebeus riem de uma maneira tão escandalosa. Os nobres apenas riem dissimuladamente com a cabeça baixa quando acham alguma coisa engraçada. De outra forma a Corte Real questionará os resultados de nossa escola.
Finalmente a sala ficou em silencio.
–Muito bem. Hoje será o dia mais importante para a Academia de Magia de Tristain. É o aniversário do Nosso Fundador Brimir. Um grande dia para celebrações. – o rosto de Colbert ficou sério e ele colocou suas mãos atrás das suas costas.
–É bem provável que a Filha de Vossa Majestade, a linda flor de quem nós tristanianos podemos nos orgulhar diante toda Halkeginia, a Princesa Henrietta, venha a passar, para nossa grande sorte, por aqui, em sua viajem de visita a Germânia.
O salão se encheu de sussurros e cochichos.
–Portanto não podemos permitir qualquer folga. Como foi uma notícia repentina, estamos fazendo o possível para recebê-la da melhor maneira possível. Devido a isso, as aulas de hoje estão canceladas. Todos os estudantes, por favor, vistam-se formalmente e reúnam-se na entrada. – Colbert assentiu e também anunciou fortemente: – Essa é uma oportunidade excelente para que Sua Majestade, a Princesa, veja como todos amadureceram como nobres modelos. Todos se preparem da melhor maneira, para que Sua Majestade seja testemunha disso. Dispensados!
Quatro cavalos com cascos de ouro guiavam as carruagens silenciosamente até a Academia de Magia. A carruagem estava estranhamente adornada com esculturas de ouro, prata e platina. Essas esculturas eram os Selos Reais. Um deles, um unicórnio com um bastão de cristal cruzado, indicava que a carruagem pertencia a Sua Majestade, a Princesa.
Se alguém olhasse com atenção, veria que os animais que conduziam a carruagem não eram cavalos normais. Eram unicórnios, como os do Selo Real. Unicórnios, que segundo os mitos, somente as donzelas mais puras podiam montá-los. Eram os indicados para conduzir a Princesa.
As janelas da carruagem eram fechadas com cortina, como se fosse proibido os olhares de fora. Atrás da carruagem da princesa estava o Cardeal Mazarin, quem havia mantido rígida a autoridade desde que Sua Majestade o Rei morreu. O esplendor de sua carruagem não perdia para a de Sua Majestade a Princesa. Na verdade a carruagem dele estava ainda mais embelezada. A diferença das carruagens na rua mostrava quem detinha a maior autoridade em Tristain.
Rodeando as duas carruagens estava a Guarda Real, uma divisão de magos guardiões. Composta em sua maioria pela proeminência de famílias nobres, a Guarda Imperial Mágica era o orgulho de todos os nobres do país. Todos os nobres homens sonhavam em vestir a capa negra da Guarda Imperial Mágica, e todas as mulheres sonhavam em serem suas esposas. O Guarda Real de Tristain era um símbolo de sua prosperidade.
O caminho estava cheio de flores e os plebeus clamavam pela Princesa desde a calçada.
–Vida longa à Tristain! Vida longa à Princesa Henrietta! – se ouvia cada vez que a carruagem passava por eles.
–Vida longa ao Cardeal Mazarin! – se escutava algumas vezes, mas em comparação com as aclamações pela princesa eram apenas ecos. Ele não era muito bem considerado, pois diziam que ele tinha sangue de plebeu. Mas alguns dizem que isso são apenas rumores de pessoas invejosas.
Os gritos ficaram ainda mais fortes quando a cortina se abriu e multidão pôde ver a Princesa. E ela também devolvia um grande sorriso para as pessoas.
Henrietta fechou a cortina e deu um profundo suspiro, enquanto o seu sorriso-derosas desaparecia. Tudo o que restava era uma profunda nostalgia e aflição que não combinavam com sua idade. A princesa tinha dezessete anos. Com uma aparência esbelta, brilhantes olhos azuis, e nariz pra cima, era uma beleza que captava todos os olhares. Seus finos dedos brincavam com o bastão de cristal. Possuindo Sangue Real, ela era, logicamente, uma maga.
Nem os aplausos no caminho, nem as flores flutuando no ar, podiam animá-la. Ela parecia ter profundas angustias políticas e sentimentais.
Sentado junto a ela, Mazarin olhava enquanto brincava com sua barba. Usava um chapéu como o de sacerdotes e traje cinza. Era um homem magro e delicado de quarenta e tantos anos. Seu cabelo e sua barba cresciam brancos, e seus dedos eram esqueléticos, fazendo parecer maiores do eles realmente eram. Desde que Sua Majestade o Rei havia morrido, seu rígido comando nas relações exteriores haviam o envelhecido consideravelmente.
Havia acabado de deixar sua carruagem e entrado na carruagem da Princesa. Queria falar de política, mas a princesa não prestava atenção e apenas suspirava.
–Essa é a décima terceira vez hoje Princesa. – notou Mazarin, aborrecido e preocupado.
–O quê?
–Os suspiros. A realeza não deve fazer isso na frente de seus subordinados.
–Realeza?! O quê? – Henrietta estava chocada. – Não é você o Rei de Tristain? Não é você o Maioral conforme os rumores nas ruas?
–Não estou ciente disso. – responde Mazarin, indiferentemente. Estava mentindo.
Ele sabia de tudo o que acontecia em Tristain, inclusive em toda Halkeginia, até mesmo a quantidade de escamas dos dragões que viviam nos vulcões. Ele sabia tudo sobre isso. Só fingia que não.
–Deixe-me dizer algo então. A Família Real tem a beleza, mas não o cetro. Cardeal, é você que segura o cetro. Osso de pássaros vestindo um chapéu cinza...
–Por favor, não fale rumores de plebeus tão abertamente... – Mazarin disse. Parece que as palavras “osso de pássaros” doíam quando vindas da Princesa.
–Por que não? São só rumores. Eu me casarei com o rei da Germânia como você sugeriu.
–Não podemos evitar isso. Uma aliança com a Germânia é extremamente importante para Tristain.
–Isso eu sei.
–Sua Majestade compreende que a rebelião que está acontecendo no “País Branco” de Álbion está na direção daqueles idiotas? Aquelas pessoas parecem não tolerar a existência da realeza em Halkeginia. – disse ele fazendo uma careta. – Sem respeito, imbecis irrefreáveis! Estão tentando derrubar o pobre príncipe! Mesmo que o mundo inteiro possa perdoar suas ações, o Fundador Brimir não os perdoará! Eu não os perdoaria!
–De fato. Mas a nobreza de Albion tem um poder inigualável. A Família Real Albionica pode não sobreviver até amanhã. Uma das realezas conferidas pelo Fundador Brimir vai cair. Eh... países que não conseguem resolver seus próprios problemas nem deviam existir.
–A Família Real Albionica não é como a Germaniana. Todos eles são parentes. Você não tem nenhum direito de falar assim, mesmo sendo um Cardeal.
–Minhas sinceras desculpas. Pedirei desculpas ao Fundador Brimir antes de ir dormir essa noite. Mas tudo o que disse, Sua Majestade, é a mais pura verdade.
Henrietta apenas sacudiu a cabeça tristemente. Até mesmo um gesto como esse ressaltava a sua beleza.
–Estou dizendo que esses estúpidos nobres Albionicos têm a coragem de declarar que vão unificar toda Halkeginia. Certamente, parece que essas pessoas vão atacar Tristain depois de eliminar sua realeza. Se isso for verdade, pode ser muito tarde se não tomarmos as precauções desde agora. – explicou severamente Mazarin a Henrietta, que olhava para fora da janela, pretendendo não prestar atenção.
Entender as ações do inimigo e contestá-la na primeira oportunidade disponível, isso é política de verdade, Sua Majestade. Se pudermos criar uma aliança com a Germânia, podemos criar uma forte união para combater o novo governo Albionico, e assegurar a sobrevivência desse pequeno país.
Henrietta voltou a suspirar. Mazarin abriu a cortina e olhou para o lado de fora, e olhou para a sombra de seu orgulho. Um nobre jovem com um rosto de tirar o fôlego, com um chapéu com uma pena e uma longa barba, marchava com a comitiva. Uma medalha de um grifo estava presa em sua capa negra, e um olhar direcionado em que ele montava já explicava o motivo. Tinha cabeça, asas e garras de águia, mas o corpo e as pernas eram de leão. Um grifo.
Esse homem é o líder de uma das três divisões da Guarda Mágica, os Cavaleiros Grifos, o Capitão Lord Wardes. Sua divisão era a mais memorável da Guarda Mágica inteira, e especialmente para Mazarin. Exercendo uma formidável destreza com a magia, a Guarda Real era escolhida através de provas extremamente seletivas entre os nobres, e cada membro montava em uma besta mágica. Eram símbolo de medo e orgulho para os Tristanianos.
Me chamou, Sua Alteza? – os olhos de Wardes brilharam e ele se aproximou da carruagem sobre o seu grifo. A janela lentamente se abriu. Mazarin colocou a cabeça para fora.
–Wardes-kun, Sua Majestade está se sentindo depressiva. Pode conseguir algo para animá-la?
–Entendido. – assentiu Wardes. Olhou o caminho como uma águia. Rapidamente encontrou uma parte da rua e colocou seu grifo para descansar lá. Tirando a sua varinha da cintura, recitou um encantamento e a moveu energicamente. Um pequeno turbilhão se levantou desde o solo, trazendo pétalas que estavam no chão para as mãos de Wardes. Voltou para a carruagem com o buquê e o apresentou a Mazarin.
–Você mesmo poderia, Capitão, entregá-lo para Sua Majestade?– sugeriu Mazarin, segurando a barba.
–Seria uma grande honra. – saudou Wardes, e foi até o outro lado da carruagem. A janela se abriu lentamente. Henrietta estendeu a mão para recebê-lo, e apresentou sua mão esquerda para ele. Wardes a segurou emocionado e a beijou suavemente.
–Qual o seu nome? – perguntou Henrietta, ainda um pouco aborrecida.
–Lorde Wardes, líder dos Cavaleiros de Grifo, Guarda Mágica de Sua Majestade. – respondeu inclinando a cabeça.
–Um modelo de nobre. Muito amável de sua parte.
–Sou somente um servo de Sua Majestade.
–Ultimamente há poucos nobres que diriam isso. Quando o vovô ainda estava vivo... Oh, abaixo do grande reinado de Philippe III, esse maravilhoso cavalheirismo era próprio de toda a nobreza.
–São tempos tristes agora, Majestade.
–Posso contar com sua sinceridade quando eu passar por tempos assim de novo?
–Não importa quando aconteça, se a batalha é no céu, não importa o que eu tenha que deixar para trás, correrei para servir Sua Majestade.
Henrietta assentiu. Wardes a saudou mais uma vez e deixou o lado da carruagem.
–Esse nobre é capacitado? – perguntou a Princesa para Mazarin.
–Lorde Wardes. O nome de sua runa é “Relâmpago”. Até mesmo no País Branco há pouca gente que serviria de rival contra ele.
–Wardes... Acho que já ouvi esse nome antes...
–Creio que é perto do território do Lorde Vallière.
–Vallière? – Henrietta começou a recordar e assentiu. Esse nome se encontrava em seu destino, a Academia de Magia. – Você sabe o nome do nobre que capturou Fouquet, Cardeal?
–Temo que não.
–Mas não vai nomeá-los Chevalieres? – Henrietta estava surpreendida.
–Acho que é hora de mudarmos as regras para as nomeações. É preciso servir ao exército para merecê-lo. Como é possível entregar tão facilmente o título de Chevalier por prender um bandido? Por outro lado, parece que logo lutaremos contra Albion ao lado da Germânia, e não seria uma boa idéia perder a lealdade de nossos nobres devido a ciúmes.
–Você tomou várias decisões sem meu consentimento.
Mazarin não respondeu. Começando a murmurar, Henrietta recordou que o nome Vallière estava entre os nobres que capturaram Fouquet. Tudo vai acabar bem... pensou, e se acalmou.
–Sua majestade. – disse Mazarin olhando para a Princesa, – parece que há um pouco de... instabilidade entre a Corte Real e parte da nobreza.
Henrietta tremeu.
–Alguma coisa sobre destruir o casamento e cancelar nossa aliança com a Germânia.
Suor frio correu pelo rosto de Henrietta.
–Você não fez nada que te expusesse, não é mesmo Princesa?
–Não... – respondeu Henrietta chateada, depois de um grande silencio.
–Tomarei suas palavras então, Majestade.
–Eu sou a Princesa. Eu não minto. – Henrietta deu um suspiro de alívio.
–Essa é a décima quarta vez, Majestade.
–É apenas algo em minha mente. Tudo o que posso fazer agora é suspirar.
–A realeza, a estabilidade de seu país, vem antes de seus sentimentos.
–Eu faço isso todo o tempo. – Henrietta respondeu apaticamente. Ela olhou para as flores em suas mãos e disse, abatida:
–Essas flores na beira da estrada não são uma benção, Cardeal?
–Tudo o que sei é que flores escolhidas pelas mãos de uma pessoa são flores de benção.
Enquanto a Princesa cruzava as porta da Academia, várias filas de estudantes alçaram suas varinhas ao mesmo tempo, silenciosos e sérios. Depois dos portões principais se encontravam as portas das torres centrais. Osmond esperava para receber a Princesa. Quando as carruagens pararam, os servos se apressaram para colocar uma almofada roxa na porta. Os guardas anunciaram sua chegada.
–A Princesa do reino de Tristain, a Princesa Henrietta chegou!
O primeiro a sair foi o Cardeal Mazarin.
Os estudantes grunhiram, mas Mazarin não lhes deu atenção, e parou do lado da carruagem, segurando a mão da Princesa enquanto ela descia. Finalmente os estudantes aplaudiram. Um sorriso jovial e florido apareceu no rosto da Princesa quando ela se virou elegantemente.
–Essa é a Princesa de Tristain? Eu sou mais bonita que ela – Kirche murmurou. –Oh meu querido, você não acha que eu sou mais bonita?
Ela virou para Saito, fortemente trancado e recostado no chão.
–Woof!
–Não posso entender se você só diz “Woof”! Quem é?
Saito olhou até Louise, que olhava atentamente para a Princesa. Se ela ficasse sempre calada, ela seria pura e muito bonita. Não importava o quanto ela se irritava, o quanto ela o maltratava, até mesmo quando ela o tratava como um cão, essa delicada visão dela e essa aparência impactante colocavam Saito em transe.
Louise ficou corada repentinamente, enquanto Saito a via. De que se tratava? Ele se virou até o que ela estava vendo. Era um nobre bonito com um chapéu, montado em uma besta mágica com cabeça de águia e corpo de leão. Louise olhava para ele cativada.
Saito se sentiu estranho. Esse nobre parece ser legal, mas não há nenhuma razão dela olhá-lo profundamente e até corar. Eu estou com ciúmes? Ele pensou. Não, não pode ser. Não tenho esse tipo de relação com Louise. Ele refutou a si mesmo
Não importa. Saito pensou. Ainda tenho Kirche. Uma morena com um decote bem dotado. Uma beleza apaixonada. Se tudo acabar assim, eu ficar com Kirche não seria nada mal... Mas Kirche também estava corada olhando o nobre. Saito abaixou a cabeça, sentindo todo o peso das correntes sobre ele, levando-o ao chão. Tabitha simplesmente lia seu livro, como se a chegada da Princesa não tivesse importância para ela.
–E você vai apenas ficar aí? – ele disse a Tabitha. Ela levantou a cabeça e olhou para onde Louise e Kirche olhavam, olhou para Saito de novo e disse:
–Apenas três dias.
Naquela noite....
Saito estava em sua cama de palha olhando para Louise. Parecia que ela não podia acalmar-se. Parava um momento, e depois se sentava preocupada com algo, enquanto abraçava sua almofada, desde que viu aquele nobre. Depois daquilo, sem dizer nada, voltou para seu quarto sem dizer nada, como um fantasma e desde então tem estado na sua cama assim.
–Você está... agindo estranho... – disse Saito, mas Louise não lhe deu resposta.
Ele se levantou e sacudiu em frente os olhos dela. Ela não reagiu.
–Um pouco estranha demais... – ele puxou o cabelo de Louise. O cabelo de Louise é muito delicado, muito macio, e de tão macio com qualquer puxão ele se quebra.
Ele colocou um pouco de força para puxar, mas mesmo assim ela não reagia. Até mesmo quando ele apertou as bochechas dela não houve reação.
–Hora de por o pijama. – disse alegremente a Louise, pegando sua blusa, desabotoando-a lentamente. Agora só faltava sua roupa de baixo. Mesmo assim ela não tinha se mexido, como se estivesse enfeitiçada. Chato... o que tem de errado com ela? Droga. Saito tossiu.
–Louise-sama. Em meu mundo há uma arte que se chama “massagem expande seios”
Ele inventou aquilo, claro. Ele corou.
–Se você esfregá-lo assim, então ele vai lentamente ficando maior. Você pode dizer que é um tipo de mágica. – Saito estendeu suas mãos, como se fosse abraçá-la, e então começou a tocar as costas dela. – O que é isso? Onde eles estão?Por que eles não estão aqui? Ah, isso é suas costas. – então ele sacudiu a cabeça de propósito.
– Céus... me enganei, mas ambos são planos, deve ser isso.
Louise continuou sem se mexer, mesmo depois desse ato nojento de Saito.
–O que... Eu sou um... IDIOTA! O QUE EU ACABEI DE FAZER?
Depois de dar-se conta disso, agitou sua cabeça com força e bateu as suas próprias mãos na cama. Sentiu-se deprimido. Ele sabe que, como pessoa, ser maltratado e gritado às vezes é às vezes glorioso. Mas apenas machuca se alguém diz algo assim, então era melhor não ter notado.
Justo quando ele estava se debatendo, alguém bateu na porta.
–Quem poderia ser? – Saito perguntou a Louise.
As batidas eram bem ordenadas. Começavam com duas batidas longas, e depois três curtas...
Louise repentinamente despertou de seu transe. Colocou suas roupas, se levantou e abriu a porta.
Parada do lado de fora estava uma garota, inteiramente coberta com um véu negro. Olhou ao redor e logo entrou, trancando a porta atrás dela.
–Você é... – Louise impressionada mau podia falar.
A garota fez um gesto de silêncio com um dedo sobre a boca e tirou um bastão de sua capa negra, movendo-o suavemente enquanto recitava um feitiço curto. Um pó incandescente encheu a sala.
–Um feitiço silenciador? – perguntou Louise.
–Pode haver ouvidos e olhos extras ao redor...
Depois de se assegurar que o quarto não tinha nenhum ouvido mágico e nenhum buraco para espiar, tirou lentamente o véu.
Frente a eles estava a Princesa Henrietta.
Saito ficou sem ar. Louise é muito bonita, mas a princesa pode competir com el em beleza, e, além disso, tem essa extraordinária elegância.
Louise caiu desesperadamente sobre seus joelhos. Saito não sabia o que fazer, e continuou de pé, sem saber o que fazer, e sem nenhuma idéia do que iria acontecer.
–Já faz algum tempo, Vallière. – Henrietta disse calmamente.
Manhã.
Os colegas de classe de Louise a olharam surpreendidos enquanto ela entrava. Devia ser porque ela estava arrastando atrás dela um ser acorrentado, trancado e meio quebrado. Seu rosto emitia uma aura extremamente perigosa e seu lindo rosto estava curvo em ira.
Foi direto sentar-se.
–Eh... Louise, o que é isso que você leva aí? – perguntou Montmorency a Fragrância, boquiaberta.
–Meu familiar.
–Oh... certo... realmente se parece com ele olhando de perto. – apesar dos grandes vergões e manchas de sangue por todo o corpo ainda podia-se reconhecer que aquela coisa era anteriormente chamada de Saito. Suas mãos estavam presas na cabeça, e ele era arrastado como um saco de lixo.
–O que foi que ele fez?
–Se enfiou em minha cama.
–OH! – exagerou Montmorency com sua surpresa, jogando seu cabelo ondulado. Vulgar! Entrar assim em sua cama é tão... Oh! Sujo! Impuro! Muito impuro! – começou a morder seu lenço enquanto murmurava coisas sobre seus ancestrais e assuntos desse tipo.
Agitando seu cabelo vermelho vivo, Kirche entrou na sala e ficou olhando para Louise
–Deve ter sido sua sedução, não é Louise? Sua suja, suja Louise, você seduziu Saito como uma prostituta (1), não é mesmo?
(1) Antes de me crucificarem, eu traduzi da palavra whore, que significa literalmente prostituta.
–Que é a suja aqui? Não seria você? Eu nunca o seduziria!
–Deus... todo machucado desse jeito... pobre garoto... deixe-me curar você. – Kirche abraçou a cabeça de Saito. Os seios grandes quase o sufocavam, mas ele não ofereceu resistência, pelo contrário ele gostou tanto que sentia que o céu tinha vindo até ele.
–Ai, ai, ai...
–Você está bem? Onde está doendo? Vou curar você com um feitiço de cura...
–Pare de mentir! Você não pode usar feitiços de cura, que são do tipo água. Seu nome rúnico é Fogo, de fogosa. Ande e vá se refrescar um pouco.
–É ardente. AR-DEN-TE. Nunca pensei que sua memória fosse Zero também. – Kirche olhou para o peito de Louise. – Parece que o apelido Zero não é só para sua magia e peitos!
O rosto de Louise ficou vermelho em um instante. Depois disso, ela riu friamente, mordendo o seu lábio.
–Por que tenho de ser ofendida por alguém que sabe se orgulhar apenas de seus peitos? Está dizendo que uma mulher vale o tamanho de seus peitos? Essa é uma maneira muito asquerosa de se pensar! Seu cérebro deve estar vazio ou algo assim... todos nutrientes devem ter ido Pa-para seus p-peitos...... seu cérebro deve... d-deve estar va-vazio... – por mais que ela tentasse aparentar tranqüilidade, sua voz tremia. Parecia que ela havia tomado aquilo como uma grande ofensa pessoal.
–Sua voz está tremendo Vallière. – disse Kirche, ela pegou Saito, cheio de feridas e vergões e colocou o rosto dele em seus peitos.
–Oh, querido, você acha que essa Kirche de peitos grandes é estúpida?
–N-Não... V-Você é muito inteligente! – Saito estava em êxtase com a cabeça entre os peitos de Kirche.
A sobrancelha de Louise alçou e ela puxou a corrente que ela tinha na mão.
–Venha aqui Saito!
Saito, com a cabeça, as mãos e todo o corpo preso, caiu no bruscamente no chão. Louise parou atrás dele e falou duramente:
–Quem te deu permissão para falar como um humano? Acho que os cães devem dizer
“Woof”, cão.
–Woof. Sim, ama. – replicou Saito em voz baixa.
–Cão estúpido! Fale de novo. Quando você quer dizer sim o que deve dizer?
–Woof.
–Isso. Você diz “Woof” uma vez. E quando você quiser dizer: “Entendi, ama?”
–Woof, Woof.
–Ceeeerto! Você diz “Woof” duas vezes. E quando é “Quero ir ao banheiro”?
–Woof, Woof, Woof.
–Ceeeerto! Você diz três vezes. Esse é o vocabulário suficiente para um cachorro estúpido. Você não tem que dizer nada mais, entendeu?
–...Woof.
–Um “Woofador (2) querido” continua sendo lindo! – disse Kirche acariciando o queixo de Saito. – Auu... Você pode ir para minha cama hoje. O que acha? Você pode fazer “Woof, Woof” e vou deixar você lamber quantos lugares você desejar...
Saito saltou rapidamente sobre os seus joelhos e abanou o seu rabo, que era feito com uma vassoura que Louise havia colocado em sua calça na noite passada. Tinha até uma orelha de cachorro feita de trapos sobre sua cabeça.
–Woof! Woof! Woof! Woof!
Louise puxou silenciosamente e com força a corrente que prendia Saito.
–Seu pequeno... – disse amargamente, e colocou o pé sobre ele.
–Por acaso não disse apenas “Woof” como você queria que eu fizesse? – Saito já havia tido o suficiente, levantou com uma cara de “Agora vou te dar uma lição”, caminhou até Louise. Tudo o que ela teve que fazer foi puxar a corrente nos pés dele e ele caiu fazendo um grande barulho.
–Você não tem absolutamente nenhuma diferença de cachorros e suas épocas de paixão. Não apenas abanou o rabo para uma mulher Zerbst, como também tentou atacar sua própria ama. Depreciativo. Muito, muito, muito impróprio. – Louise pegou o chicote em sua bolsa e começou a bater em Saito.
–Ai! Pare! Pare! PARE!
Com o corpo amarrado, Saito só podia rolar pelo chão.
–Ai? Não é “Woof”? É “Woof”! Todos os cães dizem “Woof”!
Os sons das chicoteadas ressoava através do salão de leitura. O cabelo de Louise se agitava enquanto ela corria atrás de Saito, que tentava fugir engatinhando, e era açoitado continuamente. Ele fazia um queixoso “Woof” quando era acertado. Ninguém que o visse assim acreditaria que ele era um familiar lendário.
Os estudantes na sala viam essa cena vergonhosa, perguntando se era realmente ele que tinha vencido Guiche o Bronze e se era realmente ele que tinha capturado Fouquet.
CRACK! CRACK!
Os estudantes observavam silenciosamente Louise batendo em Saito. Louise, que tinha toda a sua atenção focada em açoitar Saito, recém se deu conta de que todos estavam olhando para ela, e seu rosto ficou vermelho. Guardou o chicote precipitadamente e disse:
–A di-disciplina termina aqui!
Sabemos que é disciplina, mas isso... Horrorizados com a cena, os estudantes se viraram.
–Você não é a única “fogosa” Vallière? – disse Kirche aborrecida.
Louise a fulminou com um olhar. Saito com continuas dores e feridas, desmaiou e simplesmente caiu no chão, sem vida. A porta se abriu, e apareceu o professor Kaita. Os estudantes se sentaram.
O professor Kaita era o que havia brigado com a professora Chevreuse por estar dormindo durante o incidente do roubo de Fouquet, e o qual Osmond disse que era muito fácil de aborrecer. Cabelo grande e negro e uma capa muito escura. Cada movimento dele dava uma sensação pouco amistosa e desconfortável. Apesar de ser jovem, seu jeito antipático e seu olhar frio lhe deu uma má reputação para os estudantes.
–Comecemos a aula. Como todos sabem meu nome rúnico é “Rajada”. Kaita a Rajada.
– ele foi envolto em olhares atônitos, e satisfeito com isso, continuou:
–Você sabe, senhorita Zerbst, qual o elemento mais poderoso?
–Não seria o Vácuo?
–Não estou perguntando sobre lendas. Quero saber sobre coisas reais.
–Então tem de ser o elemento Fogo, Professor Kaita. – Kirche disse com confiança.
–Oh, por que acha isso?
–O calor da paixão pode queimar toda e qualquer coisa, não é?
–Temo que não seja bem assim. – disse Kaita, pegando a varinha de sua cintura. – Vamos tentar. Acerte-me com seu melhor ataque elemental de Fogo.
Kirche ficou surpresa. O que esse professor está fazendo?
–O que aconteceu? Parece que você trabalha melhor com feitiços de fogo, me enganei? – desafiou Kaita.
–Não vai ser uma simples queimadura. – Kirche piscou.
–Não tem problema. Ataque-me com tudo o que você tem. Não me diga que a cor flamejante do cabelo dos Zerbst é apenas uma questão de estilo?
O usual sorriso enérgico de Kirche desapareceu. Retirou a varinha de seu decote, seu cabelo longo, feroz, carmesim, com as pontas movendo-se, estalando, como se estivesses em chamas. Agitou a varinha e de sua mão direita entendida apareceu uma pequena bola de fogo. Enquanto Kirche recitava o feitiço, a bola de fogo se expandia, convertendo-se em uma grande esfera de fogo de um metro de diâmetro. Os estudantes se esconderam debaixo de suas mesas em pânico. Kirche girou a mão e voltou ela até seu peto, liberando a bola de fogo.
Parecia que Kaita não ia desviar da grande bola de fogo que ia até ele. Alçou sua varinha e balançou ela como se fosse uma espada. Um vento feroz começou e instantaneamente desfez a grande bola de fogo. Até mesmo derrubou Kirche, que estava parada do outro lado da sala.
–Digo agora a todos que o elemento mais forte é o Vento. É muito simples. O vento pode dissipar tudo. Fogo, Água e Terra; nenhum deles pode fazer nada contra uma rajada de vento forte o suficiente. – anunciou Kaita energivamente. – Desafortunadamente, a realidade não me permite experimentar, mas inclusive o Vácuo não poderia resistir. Esse é o elemento Vento.
Kirche ficou parada, contrariada, e cruzou os braços. Kaita não lhe deu atenção e continuou falando:
–O vento invisível será o escudo que protege a todos, e se necessário é uma lança que atravessa os inimigos. E mais uma razão do vento ser o mais poderoso é... – ele ergueu sua mão. – YOBIKISUTA DERU WIND... – e disse o seu conjuro.
De qualquer maneira, nesse exato momento, a porta da sala se abriu, e um nervoso Colbert entrou. Estava vestido de maneira estranha, com uma peruca grande e dourado sobre sua cabeça. Em uma explicação mais detalhada, seu traje tinha as bordas mais intricadas e decoradas. Por que ele está vestido assim? Todos pensaram.
–Professor Colbert? – Kaita alçou uma sobrancelha.
–Eh... Me desculpe por interrompe-lo, Professor Kaita.
–Estamos em aula. – replicou friamente Kaita, com o olhar fixo em Colbert.
–À partir de agora, as aulas de hoje estão canceladas. – anunciou Colbert severamente. A felicidade emanava na sala de aula. Para fazê-los parar, Colbert agitou ambos os braços e continuou. – Tenho algo a anunciar a todos. – Colbert inclinou exageradamente a cabeça para trás, e por causa disso sua peruca caiu no chão.
A tensão criada por Kaita se rompeu, à medisa que os risos invadiam a sala.
–Silêncio! – gritou Colbert envergonhado. – Somente plebeus riem de uma maneira tão escandalosa. Os nobres apenas riem dissimuladamente com a cabeça baixa quando acham alguma coisa engraçada. De outra forma a Corte Real questionará os resultados de nossa escola.
Finalmente a sala ficou em silencio.
–Muito bem. Hoje será o dia mais importante para a Academia de Magia de Tristain. É o aniversário do Nosso Fundador Brimir. Um grande dia para celebrações. – o rosto de Colbert ficou sério e ele colocou suas mãos atrás das suas costas.
–É bem provável que a Filha de Vossa Majestade, a linda flor de quem nós tristanianos podemos nos orgulhar diante toda Halkeginia, a Princesa Henrietta, venha a passar, para nossa grande sorte, por aqui, em sua viajem de visita a Germânia.
O salão se encheu de sussurros e cochichos.
–Portanto não podemos permitir qualquer folga. Como foi uma notícia repentina, estamos fazendo o possível para recebê-la da melhor maneira possível. Devido a isso, as aulas de hoje estão canceladas. Todos os estudantes, por favor, vistam-se formalmente e reúnam-se na entrada. – Colbert assentiu e também anunciou fortemente: – Essa é uma oportunidade excelente para que Sua Majestade, a Princesa, veja como todos amadureceram como nobres modelos. Todos se preparem da melhor maneira, para que Sua Majestade seja testemunha disso. Dispensados!
Quatro cavalos com cascos de ouro guiavam as carruagens silenciosamente até a Academia de Magia. A carruagem estava estranhamente adornada com esculturas de ouro, prata e platina. Essas esculturas eram os Selos Reais. Um deles, um unicórnio com um bastão de cristal cruzado, indicava que a carruagem pertencia a Sua Majestade, a Princesa.
Se alguém olhasse com atenção, veria que os animais que conduziam a carruagem não eram cavalos normais. Eram unicórnios, como os do Selo Real. Unicórnios, que segundo os mitos, somente as donzelas mais puras podiam montá-los. Eram os indicados para conduzir a Princesa.
As janelas da carruagem eram fechadas com cortina, como se fosse proibido os olhares de fora. Atrás da carruagem da princesa estava o Cardeal Mazarin, quem havia mantido rígida a autoridade desde que Sua Majestade o Rei morreu. O esplendor de sua carruagem não perdia para a de Sua Majestade a Princesa. Na verdade a carruagem dele estava ainda mais embelezada. A diferença das carruagens na rua mostrava quem detinha a maior autoridade em Tristain.
Rodeando as duas carruagens estava a Guarda Real, uma divisão de magos guardiões. Composta em sua maioria pela proeminência de famílias nobres, a Guarda Imperial Mágica era o orgulho de todos os nobres do país. Todos os nobres homens sonhavam em vestir a capa negra da Guarda Imperial Mágica, e todas as mulheres sonhavam em serem suas esposas. O Guarda Real de Tristain era um símbolo de sua prosperidade.
O caminho estava cheio de flores e os plebeus clamavam pela Princesa desde a calçada.
–Vida longa à Tristain! Vida longa à Princesa Henrietta! – se ouvia cada vez que a carruagem passava por eles.
–Vida longa ao Cardeal Mazarin! – se escutava algumas vezes, mas em comparação com as aclamações pela princesa eram apenas ecos. Ele não era muito bem considerado, pois diziam que ele tinha sangue de plebeu. Mas alguns dizem que isso são apenas rumores de pessoas invejosas.
Os gritos ficaram ainda mais fortes quando a cortina se abriu e multidão pôde ver a Princesa. E ela também devolvia um grande sorriso para as pessoas.
Henrietta fechou a cortina e deu um profundo suspiro, enquanto o seu sorriso-derosas desaparecia. Tudo o que restava era uma profunda nostalgia e aflição que não combinavam com sua idade. A princesa tinha dezessete anos. Com uma aparência esbelta, brilhantes olhos azuis, e nariz pra cima, era uma beleza que captava todos os olhares. Seus finos dedos brincavam com o bastão de cristal. Possuindo Sangue Real, ela era, logicamente, uma maga.
Nem os aplausos no caminho, nem as flores flutuando no ar, podiam animá-la. Ela parecia ter profundas angustias políticas e sentimentais.
Sentado junto a ela, Mazarin olhava enquanto brincava com sua barba. Usava um chapéu como o de sacerdotes e traje cinza. Era um homem magro e delicado de quarenta e tantos anos. Seu cabelo e sua barba cresciam brancos, e seus dedos eram esqueléticos, fazendo parecer maiores do eles realmente eram. Desde que Sua Majestade o Rei havia morrido, seu rígido comando nas relações exteriores haviam o envelhecido consideravelmente.
Havia acabado de deixar sua carruagem e entrado na carruagem da Princesa. Queria falar de política, mas a princesa não prestava atenção e apenas suspirava.
–Essa é a décima terceira vez hoje Princesa. – notou Mazarin, aborrecido e preocupado.
–O quê?
–Os suspiros. A realeza não deve fazer isso na frente de seus subordinados.
–Realeza?! O quê? – Henrietta estava chocada. – Não é você o Rei de Tristain? Não é você o Maioral conforme os rumores nas ruas?
–Não estou ciente disso. – responde Mazarin, indiferentemente. Estava mentindo.
Ele sabia de tudo o que acontecia em Tristain, inclusive em toda Halkeginia, até mesmo a quantidade de escamas dos dragões que viviam nos vulcões. Ele sabia tudo sobre isso. Só fingia que não.
–Deixe-me dizer algo então. A Família Real tem a beleza, mas não o cetro. Cardeal, é você que segura o cetro. Osso de pássaros vestindo um chapéu cinza...
–Por favor, não fale rumores de plebeus tão abertamente... – Mazarin disse. Parece que as palavras “osso de pássaros” doíam quando vindas da Princesa.
–Por que não? São só rumores. Eu me casarei com o rei da Germânia como você sugeriu.
–Não podemos evitar isso. Uma aliança com a Germânia é extremamente importante para Tristain.
–Isso eu sei.
–Sua Majestade compreende que a rebelião que está acontecendo no “País Branco” de Álbion está na direção daqueles idiotas? Aquelas pessoas parecem não tolerar a existência da realeza em Halkeginia. – disse ele fazendo uma careta. – Sem respeito, imbecis irrefreáveis! Estão tentando derrubar o pobre príncipe! Mesmo que o mundo inteiro possa perdoar suas ações, o Fundador Brimir não os perdoará! Eu não os perdoaria!
–De fato. Mas a nobreza de Albion tem um poder inigualável. A Família Real Albionica pode não sobreviver até amanhã. Uma das realezas conferidas pelo Fundador Brimir vai cair. Eh... países que não conseguem resolver seus próprios problemas nem deviam existir.
–A Família Real Albionica não é como a Germaniana. Todos eles são parentes. Você não tem nenhum direito de falar assim, mesmo sendo um Cardeal.
–Minhas sinceras desculpas. Pedirei desculpas ao Fundador Brimir antes de ir dormir essa noite. Mas tudo o que disse, Sua Majestade, é a mais pura verdade.
Henrietta apenas sacudiu a cabeça tristemente. Até mesmo um gesto como esse ressaltava a sua beleza.
–Estou dizendo que esses estúpidos nobres Albionicos têm a coragem de declarar que vão unificar toda Halkeginia. Certamente, parece que essas pessoas vão atacar Tristain depois de eliminar sua realeza. Se isso for verdade, pode ser muito tarde se não tomarmos as precauções desde agora. – explicou severamente Mazarin a Henrietta, que olhava para fora da janela, pretendendo não prestar atenção.
Entender as ações do inimigo e contestá-la na primeira oportunidade disponível, isso é política de verdade, Sua Majestade. Se pudermos criar uma aliança com a Germânia, podemos criar uma forte união para combater o novo governo Albionico, e assegurar a sobrevivência desse pequeno país.
Henrietta voltou a suspirar. Mazarin abriu a cortina e olhou para o lado de fora, e olhou para a sombra de seu orgulho. Um nobre jovem com um rosto de tirar o fôlego, com um chapéu com uma pena e uma longa barba, marchava com a comitiva. Uma medalha de um grifo estava presa em sua capa negra, e um olhar direcionado em que ele montava já explicava o motivo. Tinha cabeça, asas e garras de águia, mas o corpo e as pernas eram de leão. Um grifo.
Esse homem é o líder de uma das três divisões da Guarda Mágica, os Cavaleiros Grifos, o Capitão Lord Wardes. Sua divisão era a mais memorável da Guarda Mágica inteira, e especialmente para Mazarin. Exercendo uma formidável destreza com a magia, a Guarda Real era escolhida através de provas extremamente seletivas entre os nobres, e cada membro montava em uma besta mágica. Eram símbolo de medo e orgulho para os Tristanianos.
Me chamou, Sua Alteza? – os olhos de Wardes brilharam e ele se aproximou da carruagem sobre o seu grifo. A janela lentamente se abriu. Mazarin colocou a cabeça para fora.
–Wardes-kun, Sua Majestade está se sentindo depressiva. Pode conseguir algo para animá-la?
–Entendido. – assentiu Wardes. Olhou o caminho como uma águia. Rapidamente encontrou uma parte da rua e colocou seu grifo para descansar lá. Tirando a sua varinha da cintura, recitou um encantamento e a moveu energicamente. Um pequeno turbilhão se levantou desde o solo, trazendo pétalas que estavam no chão para as mãos de Wardes. Voltou para a carruagem com o buquê e o apresentou a Mazarin.
–Você mesmo poderia, Capitão, entregá-lo para Sua Majestade?– sugeriu Mazarin, segurando a barba.
–Seria uma grande honra. – saudou Wardes, e foi até o outro lado da carruagem. A janela se abriu lentamente. Henrietta estendeu a mão para recebê-lo, e apresentou sua mão esquerda para ele. Wardes a segurou emocionado e a beijou suavemente.
–Qual o seu nome? – perguntou Henrietta, ainda um pouco aborrecida.
–Lorde Wardes, líder dos Cavaleiros de Grifo, Guarda Mágica de Sua Majestade. – respondeu inclinando a cabeça.
–Um modelo de nobre. Muito amável de sua parte.
–Sou somente um servo de Sua Majestade.
–Ultimamente há poucos nobres que diriam isso. Quando o vovô ainda estava vivo... Oh, abaixo do grande reinado de Philippe III, esse maravilhoso cavalheirismo era próprio de toda a nobreza.
–São tempos tristes agora, Majestade.
–Posso contar com sua sinceridade quando eu passar por tempos assim de novo?
–Não importa quando aconteça, se a batalha é no céu, não importa o que eu tenha que deixar para trás, correrei para servir Sua Majestade.
Henrietta assentiu. Wardes a saudou mais uma vez e deixou o lado da carruagem.
–Esse nobre é capacitado? – perguntou a Princesa para Mazarin.
–Lorde Wardes. O nome de sua runa é “Relâmpago”. Até mesmo no País Branco há pouca gente que serviria de rival contra ele.
–Wardes... Acho que já ouvi esse nome antes...
–Creio que é perto do território do Lorde Vallière.
–Vallière? – Henrietta começou a recordar e assentiu. Esse nome se encontrava em seu destino, a Academia de Magia. – Você sabe o nome do nobre que capturou Fouquet, Cardeal?
–Temo que não.
–Mas não vai nomeá-los Chevalieres? – Henrietta estava surpreendida.
–Acho que é hora de mudarmos as regras para as nomeações. É preciso servir ao exército para merecê-lo. Como é possível entregar tão facilmente o título de Chevalier por prender um bandido? Por outro lado, parece que logo lutaremos contra Albion ao lado da Germânia, e não seria uma boa idéia perder a lealdade de nossos nobres devido a ciúmes.
–Você tomou várias decisões sem meu consentimento.
Mazarin não respondeu. Começando a murmurar, Henrietta recordou que o nome Vallière estava entre os nobres que capturaram Fouquet. Tudo vai acabar bem... pensou, e se acalmou.
–Sua majestade. – disse Mazarin olhando para a Princesa, – parece que há um pouco de... instabilidade entre a Corte Real e parte da nobreza.
Henrietta tremeu.
–Alguma coisa sobre destruir o casamento e cancelar nossa aliança com a Germânia.
Suor frio correu pelo rosto de Henrietta.
–Você não fez nada que te expusesse, não é mesmo Princesa?
–Não... – respondeu Henrietta chateada, depois de um grande silencio.
–Tomarei suas palavras então, Majestade.
–Eu sou a Princesa. Eu não minto. – Henrietta deu um suspiro de alívio.
–Essa é a décima quarta vez, Majestade.
–É apenas algo em minha mente. Tudo o que posso fazer agora é suspirar.
–A realeza, a estabilidade de seu país, vem antes de seus sentimentos.
–Eu faço isso todo o tempo. – Henrietta respondeu apaticamente. Ela olhou para as flores em suas mãos e disse, abatida:
–Essas flores na beira da estrada não são uma benção, Cardeal?
–Tudo o que sei é que flores escolhidas pelas mãos de uma pessoa são flores de benção.
Enquanto a Princesa cruzava as porta da Academia, várias filas de estudantes alçaram suas varinhas ao mesmo tempo, silenciosos e sérios. Depois dos portões principais se encontravam as portas das torres centrais. Osmond esperava para receber a Princesa. Quando as carruagens pararam, os servos se apressaram para colocar uma almofada roxa na porta. Os guardas anunciaram sua chegada.
–A Princesa do reino de Tristain, a Princesa Henrietta chegou!
O primeiro a sair foi o Cardeal Mazarin.
Os estudantes grunhiram, mas Mazarin não lhes deu atenção, e parou do lado da carruagem, segurando a mão da Princesa enquanto ela descia. Finalmente os estudantes aplaudiram. Um sorriso jovial e florido apareceu no rosto da Princesa quando ela se virou elegantemente.
–Essa é a Princesa de Tristain? Eu sou mais bonita que ela – Kirche murmurou. –Oh meu querido, você não acha que eu sou mais bonita?
Ela virou para Saito, fortemente trancado e recostado no chão.
–Woof!
–Não posso entender se você só diz “Woof”! Quem é?
Saito olhou até Louise, que olhava atentamente para a Princesa. Se ela ficasse sempre calada, ela seria pura e muito bonita. Não importava o quanto ela se irritava, o quanto ela o maltratava, até mesmo quando ela o tratava como um cão, essa delicada visão dela e essa aparência impactante colocavam Saito em transe.
Louise ficou corada repentinamente, enquanto Saito a via. De que se tratava? Ele se virou até o que ela estava vendo. Era um nobre bonito com um chapéu, montado em uma besta mágica com cabeça de águia e corpo de leão. Louise olhava para ele cativada.
Saito se sentiu estranho. Esse nobre parece ser legal, mas não há nenhuma razão dela olhá-lo profundamente e até corar. Eu estou com ciúmes? Ele pensou. Não, não pode ser. Não tenho esse tipo de relação com Louise. Ele refutou a si mesmo
Não importa. Saito pensou. Ainda tenho Kirche. Uma morena com um decote bem dotado. Uma beleza apaixonada. Se tudo acabar assim, eu ficar com Kirche não seria nada mal... Mas Kirche também estava corada olhando o nobre. Saito abaixou a cabeça, sentindo todo o peso das correntes sobre ele, levando-o ao chão. Tabitha simplesmente lia seu livro, como se a chegada da Princesa não tivesse importância para ela.
–E você vai apenas ficar aí? – ele disse a Tabitha. Ela levantou a cabeça e olhou para onde Louise e Kirche olhavam, olhou para Saito de novo e disse:
–Apenas três dias.
Naquela noite....
Saito estava em sua cama de palha olhando para Louise. Parecia que ela não podia acalmar-se. Parava um momento, e depois se sentava preocupada com algo, enquanto abraçava sua almofada, desde que viu aquele nobre. Depois daquilo, sem dizer nada, voltou para seu quarto sem dizer nada, como um fantasma e desde então tem estado na sua cama assim.
–Você está... agindo estranho... – disse Saito, mas Louise não lhe deu resposta.
Ele se levantou e sacudiu em frente os olhos dela. Ela não reagiu.
–Um pouco estranha demais... – ele puxou o cabelo de Louise. O cabelo de Louise é muito delicado, muito macio, e de tão macio com qualquer puxão ele se quebra.
Ele colocou um pouco de força para puxar, mas mesmo assim ela não reagia. Até mesmo quando ele apertou as bochechas dela não houve reação.
–Hora de por o pijama. – disse alegremente a Louise, pegando sua blusa, desabotoando-a lentamente. Agora só faltava sua roupa de baixo. Mesmo assim ela não tinha se mexido, como se estivesse enfeitiçada. Chato... o que tem de errado com ela? Droga. Saito tossiu.
–Louise-sama. Em meu mundo há uma arte que se chama “massagem expande seios”
Ele inventou aquilo, claro. Ele corou.
–Se você esfregá-lo assim, então ele vai lentamente ficando maior. Você pode dizer que é um tipo de mágica. – Saito estendeu suas mãos, como se fosse abraçá-la, e então começou a tocar as costas dela. – O que é isso? Onde eles estão?Por que eles não estão aqui? Ah, isso é suas costas. – então ele sacudiu a cabeça de propósito.
– Céus... me enganei, mas ambos são planos, deve ser isso.
Louise continuou sem se mexer, mesmo depois desse ato nojento de Saito.
–O que... Eu sou um... IDIOTA! O QUE EU ACABEI DE FAZER?
Depois de dar-se conta disso, agitou sua cabeça com força e bateu as suas próprias mãos na cama. Sentiu-se deprimido. Ele sabe que, como pessoa, ser maltratado e gritado às vezes é às vezes glorioso. Mas apenas machuca se alguém diz algo assim, então era melhor não ter notado.
Justo quando ele estava se debatendo, alguém bateu na porta.
–Quem poderia ser? – Saito perguntou a Louise.
As batidas eram bem ordenadas. Começavam com duas batidas longas, e depois três curtas...
Louise repentinamente despertou de seu transe. Colocou suas roupas, se levantou e abriu a porta.
Parada do lado de fora estava uma garota, inteiramente coberta com um véu negro. Olhou ao redor e logo entrou, trancando a porta atrás dela.
–Você é... – Louise impressionada mau podia falar.
A garota fez um gesto de silêncio com um dedo sobre a boca e tirou um bastão de sua capa negra, movendo-o suavemente enquanto recitava um feitiço curto. Um pó incandescente encheu a sala.
–Um feitiço silenciador? – perguntou Louise.
–Pode haver ouvidos e olhos extras ao redor...
Depois de se assegurar que o quarto não tinha nenhum ouvido mágico e nenhum buraco para espiar, tirou lentamente o véu.
Frente a eles estava a Princesa Henrietta.
Saito ficou sem ar. Louise é muito bonita, mas a princesa pode competir com el em beleza, e, além disso, tem essa extraordinária elegância.
Louise caiu desesperadamente sobre seus joelhos. Saito não sabia o que fazer, e continuou de pé, sem saber o que fazer, e sem nenhuma idéia do que iria acontecer.
–Já faz algum tempo, Vallière. – Henrietta disse calmamente.
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