terça-feira, 4 de junho de 2013

Suzumiya Haruhi no Yuuutsu - V.04 / Epilogo

O Desaparecimento de Suzumiya Haruhi [Download]
Tradução: kwijibo Revisão: GardenAll
Epílogo:
Comecei, então, a ponderar o que faria de agora em diante.
A nossa reunião de fim de semestre havia chego ao seu fim, assim após pegar o meu boletim com Okabe-sensei, minha vida escolar deste ano estava oficialmente acabada.
Era dia 24 de dezembro.
A desaparecida sala 1-9 e seus estudantes foram retornados ao seu lugar de direito, incluindo Koizumi, que não teve um papel muito relevante nesta história. Asakura sumiu de nossa sala mais uma vez, quando nem ao menos deveria ter voltado; Taniguchi retornou ao seu humor empolgado e repleto de paixão; a cadeira atrás de mim voltou a ser ocupada por Haruhi, e a epidemia de gripe foi aniquilada. Quando vi Nagato no corredor, ela não estava usando óculos. E, depois da cerimonia de encerramento, encontrei Asahina-san e Tsuruya-san, que me cumprimentaram simultaneamente. Também confirmei que a tão prestigiosa Kouyouen voltou a ser uma escola feminina para os ricos e famosos.
Assim, fico contente em dizer que o mundo voltou aos seus eixos. Mesmo que a escolha de manter este mundo tenha sido minha.

Ainda tinha que voltar com Nagato e Asahina-san para a madrugada do dia 18 de dezembro. Se não o fizesse, o mundo não voltaria ao normal. Apenas voltando ao passado poderíamos efetuar a restauração, mas o único problema é que ainda não decidi quando eu voltaria. Tenho que explicar a situação para Asahina-san. Apesar de que ela provavelmente iria ouvir isto da sua versão adulta. Mesmo que tenha a visto algumas vezes nos últimos dias, não consegui falar nada a respeito.
"Droga!"
Resmungando sem motivo, embarquei no corredor que me levava a sala do clube.
Como um carro de corrida, tenho de respeitar a regra dourada de voltar a este ponto de partida. Não importa se estou duas ou três voltas para trás, não cabia a mim a decisão de jogar a toalha. Mesmo que a chegada e a largada tenham a mesma estrada e o mesmo cenário, elas continham, em si, diferentes significados. Só tenho de tomar cuidado para não ser eliminado, chegando em segurança ao meu destino para que receba a bandeirada final.
... enfim, esquece. Não adianta dizer essas coisas.
Não tem por que justificar minhas ações se eu mesmo tomei a decisão de voltar para cá. Diferente das loucas ações impostas por Suzumiya Haruhi, esta foi uma escolha que fiz com o meu próprio livre arbítrio, agora tenho de arcar com as consequências.
Alguém terá de carregar essa responsabilidade, e seguir até o fim.
E, desta vez, não será Nagato nem Haruhi, mas eu mesmo.
"Bem feito para mim..."
Continuei a me afundar na auto-piedade, tentando posar como alguém digno de respeito. Não ligo se alguém me ver assim, afinal é muito difícil que se dêem ao trabalho disso. Enquanto mantinha estes pensamentos em mente, troquei olhares com uma estudante anônima que estava passando por lá. Rapidamente ela virou-se e seguiu o seu caminho, enquanto eu soltei um suave cumprimento para as suas costas que ela provavelmente nem ao menos escutou;
"Feliz Natal."
Esse era como o último episódio de uma novela, os brilhantes cristais de neve deveriam começar a cair, para que o protagonista pegasse um deles na palma da mão e exclamasse algo como; "Ah!", ou algo assim. Mas mesmo que esta fosse a esperança para o Natal deste ano, dificilmente se concretizaria. Afinal, o tempo é algo surpreendente, e o clima está bastante limpo lá fora.
Como resultado dessa confusão toda, acabei por me tornar um dos personagens principais nesta bagunça. Meu papel de mero transeunte tornou-se uma relíquia do passado, desaparecendo nos longínquos cantos da galáxia.
"E agora?"
Sim, só agora tomei-me conta disso. Realmente percebi que não sabia mais o que fazer. Não havia dúvidas que eu pertencia a esse lugar, mas isso pelo menos é algo que já sabia há tempos. Desde o dia em que Haruhi me arrastou para a sala do Clube de Literatura e a ouvi declarar a ocupação daquele lugar por tempo indeterminado. Sim, me tornei parte integral deste bando de malucos.
Como os outros membros da Brigada SOS, eu levantava me ativamente para proteger a paz nesse mundo. E não fui forçado por ninguém a isso, levantei a minha mão por escolha própria.
E neste caso, tinha algo que eu precisava fazer.
É mais fácil se levantar se você caiu em algo do que diretamente no chão, mesmo que no fim das contas tudo isso seja cair do mesmo modo. Melhor dizendo, tenho que voltar e ajudar o outro eu a me levantar. Pelos resultados, posso afirmar que é pelo meu próprio bem.
Caminhei pelas escadas, concentrado nas atividades de hoje. Haruhi e Asahina-san estavam encarregadas de comprar os ingredientes. Eu, graças a minha internação, fui poupado da função de burro de carga. Não acho que isso seja um sinal da piedade de Haruhi, pelo contrário, acho que ela apenas quer manter o cardápio em segredo até o último segundo, para nos surpreender - pelo menos é o que me parece. Talvez ela até mesmo use a sua experiência adquirida na ilha isolada para fazer uma grande "Festa de Natal do Ensopado nas Trevas".
Questionava-me o que ela iria usar na comida. Com Haruhi na cozinha, provavelmente podemos esperar algo estimulante e excitante. Quem sabe até mesmo um ensopado completamente experimental, nunca visto antes na história da culinária humana. Mesmo assim, não ligo para o que vai para a panela, contanto que seja comestível. Nem mesmo Haruhi seria tão estúpida para colocar algo indigerivel lá dentro. Se bem que é outro problema conceituar isso para alguém que pode ter um estômago de avestruz. Estou certo de que, mesmo sendo excêntrica, Haruhi tem um estômago como o de todos os outros seres humanos, certo? A única coisa que ela tem fora dos padrões da humanidade é o seu cérebro anormal.
Porém, antes da festa, eu ainda tinha o dever de usar a fantasia de rena e de proporcionar algum tipo de performance incrível. Você não pode imaginar como eu me sinto em pensar nas coisas que Haruhi quer que eu faça.
"Certo, certo."
O suspiro depressivo que eu havia selado durante o ultimo mês novamente surgiu em minha boca. Não sejam tão exigentes! Mesmo que eles soem iguais, os significados podem ser diferentes, dependendo do modo que você interpretar as coisas.
Dei uma desculpa para reutilizar esta frase, enquanto colocava um "evento predeterminado" para realizar na minha lista mental de coisas a fazer.
Era algo que devia fazer se quisesse continuar neste mundo.
Tinha de encontrar algum tempo no futuro próximo para voltar e consertar o mundo.
Enquanto me aproximava da sala do clube, sentia o cheiro de comida invadir as minhas narinas. Isso era o suficiente para me deixar satisfeito. De onde havia vindo esse sentimento? Eu não devia ajeitar essa bagunça no futuro? Mesmo assim já estou me sentindo realizado, e olhe que ainda não fiz nada. Isso não é um sinal de que sou excessivamente fácil de se agradar!?
Ah, bem, não é algo tão ruim assim. Mas antes disso,
Ainda havia bastante tempo. Quem organizaria essa operação era o "eu" do futuro, mesmo sem saber se vai ser de um futuro distante ou em um momento muito próximo, então por hora deixo as coisas a cargo dele.
Segurei a maçaneta da porta da sala do Clube de Literatura, perguntando ao universo uma última questão;
Ei, você se importa em esperar um pouco? Antes que eu tenha que voltar ao passado para conserta-lo, você pode aguardar apenas mais algum tempo?
Afinal...
Não acho que eu vá me atrasar se eu apenas experimentar o ensopado de Haruhi, certo?

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