sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Ano hi mita hana no namae o bokutachi wa mada shiranai - Vol.1 - Cap.02

Capítulo 2 – A Fera do Verão
Estava tão quente no fim do verão que era sufocante. Minha franja bagunçada tinha crescido muito, batendo nos meus cílios. Faz dois dias que eu não tomava banho e o suor e óleo no meu cabelo me irritava tanto que tive que predê-lo com um elástico.
Aprofundado-se no mundo dentro de sua mente e batalhando contra os sete pecados capitais e o oitavo desconhecido... Gastei cento e cinquenta e seis horas nesse pensamento sem sentido que parecia vir de um videogame para alunos do ensino médio.
Deformando compreensivelmente a genitália feminina. "Lúxuria" abria e fechava repetidamente com um som kuupa kuupa. Matei todas recentemente, matando o verão do meu primeiro ano do colegial de forma imprudente.
A cigarra cantava kuupa kuupa. Estava muito quente.
Mas que desenho lascivo. Esse kuupando no monitor jorrou um liquido estranho do seu centro. Tentando distrair minha mente do fato de que não tomei banho, esmaguei cada um daqueles nojentos, imundos seres com uma metralhadora.
— Jintan, eles são Jynx1?
— Não.
— Mas os lábios são tão grossos. Não é algo como ‘hatoko’ da Jinx?
...Jintan.
Essa voz doce grudava ainda mais perto de minha pele do que meu suor.
—Você sabe o que ‘hatoko’ significa, Jintan? É o filho do filho da irmã mais nova do seu avô, você sabia? Então, no caso da Menma é Kii-kun!
Eu não disse nada.
Eu provavelmente estava com muita fome.
Ter uma abertura induzida por tédio e fome é inaceitável, por isso permitir que sentimentos desnecessários me ponham contra minha vontade.
Nessas horas, é preciso ser decidido e fechar essa abertura rapidamente.
— ...Deixe eu comer um pouco de Shio Ramen2 então.
— Ah. Shio ramen! Menma quer comer também!
Fui para a cozimha diretamente ligada a sala de estar e acendi o palito de fósforos. O acendedor automático do fogão parecia estar com mau contato. Eu liguei jogando algumas cinzas no lugar onde a gasolina fluia, e um grande som de explosão se seguiu.
Eu gosto de Shio ramen.Tendo esperado a agua ferver, coloquei meticulosamente um ovo dentro, assim ele não fica mexido.
— Ah, eu quero ovos mexidos! Quero flocos de ovos!
Certo. Não vou mexê-los. Quando como, gosto de picar suavemente os ovos em formato lunar para deixar a gema da metade do ovo cozido escorrer, coroando o macarrão. Esse modo de comer é bem mais maduro que comer flocos de ovos...
Eu nunca quis admitir coisas irreais, por exemplo: UFOs, UMAs, MRRs ou espíritos.
— Si...
Eu regulei meus padrões respiratórios com meu nariz, enquanto isso virou uma confusão há algum tempo atrás e não fui avisado.
Se for negligenciar, que seja de desde o começo. Se eu estivesse desconfiado disso, só um pouco desconfiado, seria a evidência que já aceitei isso como realidade.
— Ah. Olha! Já está crescendo! Rapido mexa... Mexa... rápido!
Tres minutos. Me de mais três minutos e estará pronto.
Apesar disso, três minutos que parecem passar tão rápido quando eu estou jogando videogame pareciam uma eternidade agora.
Miojo. Por favor, eu imploro, fique pronto o mais rápido possível, assim comecei a rezar impaciente. Neste momento, a campainha de tom surdo com mau funcionamento tocou sua melodia fora do tom.
— Você não vai abrir a porta, Jintan?
Nunca abor a porta quando meu pai está trabalhando não importa quantas vezes a campainha toque. Geralmente faço isso.
Porém há um limite de coisas que o ser humano pode niglegenciar de cada vez. Talvez este toque da campainha fosse enviado por Deus pra me ajudar.
(Deixe-me escapar com esta chance.)
Enquanto agradecia por esta coincidência, desliguei a chama. Agora eu não posso mais cozinhar o ovo numa linda forma lunar, e o miojo também ficaria pegajoso. Porém eu não tinha outra opção. Então andei até a porta.
— Agora é a hora. Mexa!
Os ovos no pote pareciam giar e rodopiar. Eu senti uma onda de suor frio escorrer pelas minhas costas.
— Estou indo... Hum?!
Quando eu abri a porta com um rangido, de pé parada em minha frente estava a visualização de “luxúria”, uma mulher que parecia ter sua genitália estampada no rosto.
— Oi...
Com a pele um pouco bronzeada, vestindo um suspensório azul-marinho apertado, e excessivamente exposta, o modo como ela deliberadamente mostrava sua sexualidade imatura, parecia excessivamente carnal, e, portando desconfortável.
Splat.
— Ei. As coisas estão indo muito aí.
— Ah, aham...
Que dia ruim.
O azar nunca vem sozinho, pombas. Como eu gostaria de mandá-las pra fora: usar uma metralhadora do jogo para atirar em tudo. Penetrar tudo com minhas balas, incluindo a coisa “real” e aquela coisa “irreal”.
Espera... Hã?
O que vai acontecer quando o “real” ver o “irreal”?
— ...Hum. A professora me pediu pra te entregar isso, a tarefa pra fazer nas férias.
A mulher em minha frente esticou uma pilha de folhas no meu rosto desajeitadamente.
— Hã? Tarefa pras férias... Já estamos no fim de agosto. As férias vão acabar em dois dias!
Respondi por reflexo pra essa mulher com quem não conversava há muito tempo, três anos sem interação social pra ser exato.
— Tá tudo bem. Afinal, você está sempre em clima de férias. Além disso, diferente de você, Yadomi, eu sou muito ocupada — ela respondeu minhas perguntas impulsivas.
Ela disse com um tom de afirmação completamente oposto a sua aparência frívola. Era impossível ver a passagem dos anos a partir deste tom, como se ela tivesse me desmascarado por completo.
Ela estava me deixando impaciente.
— Então você pode simplesmente jogá-lo em mim. De qualquer forma, não vou praquela escola estúpida.
Quando gritei isso, o suspensório azul-marinho dela pareceu ficar mais pesados. Os lábios da mulher se retorceram, mesmoo que ela não tivesse feito som algum.
— Hum...?
Ela queria dizer algo? Tendo notado isso comecei a me concentrar em algo involuntariamente...
Então minha mente ficou completamente em branco, por ter relutantemente mostrado meus pontos fracos. A mulher apontou intencionalmente para a falha em minha defesa e atacou rapidamente com um comentário feroz:
— Você devia ter vergonha de si mesmo.
— O quê?!
Você devia ter vergonha de si mesmo.
Minha pressão aumentou e minhas orelhas ficaram quentes. E você lá entende de alguma coisa!
Eu quis refutar. Queria machucá-la com as palavras mais afiadas e impulsivas que pudesse encontrar!
— Eh? Quem está aí?
Um som veio dos fundos, esfriando minha cabeça quente.
Não olhei pra trás, tentando ver a reação dessa mulher, Anaru Anjo. Surpresa, ela franziu suas sobrancelhas, mas era uma reação só para mim.
Então Anju não podia vê-la?
— Qual o problema, Yadomi? Você parece mal.
O dito problema gritou um “Ah!” de felicidade atrás de mim ao ouvir a voz de Anju.
— Essa voz! Eu conheço! É da Anaru!
Sua voz ingênua falou a palavra proibida3.
— Ei... Não a chame de Anal!
Interrompi ela por reflexo. Ainda que ela fosse a encarnação de “luxúria”, dizer isso assim na cara dela passava do ponto.
— ...Ah.
O rosto de Anju mudou pra uma cor mais vibrante que marrom.
— A-Ah... Não me chame de Anaru!
Ela disse a mesma coisa que eu. Mas, é claro, que direcionada para mim.
Entendo.
Pela perspectiva de Anjo, quem disse “anal” fui eu. E ela decidiu ignorar completamente aquela coisa incomoda tocando a pele bronzeada dela e chorando repetidamente, “Anaru, Anaru!”, não ela não estava ignorando. Ela estava...
Então é isso...
—Waaaaaaghh?!
Bam. Desmaiei.
Eu não era assim naquela época.
Naquele verão, eu não tinha problemas com esse calor e essa luz do sol dolorosa que bronzeava minha pele. Naquele verão, estávamos no quinto ano da escola primária, estávamos sempre juntos.
Havia uma pequena carvoeira abandonada nos fundos de nossa escola. Nós levávamos um monte de “tesouros” inúteis para lá e chamavámos aquele lugar de nossa base secreta. Brincávamos lá pelo resto do verão. Todas as minhas memórias de verão nasceram lá.
Éramos os Super Protetores da Paz.
Protetores era uma palavra que acabáramos de conhecer e decoramos, que parecia significar pessoas fortes. Tínhamos que proteger a paz e punir o mal. Nomeamos com esse desejo sublime. É, o primeiro a propor fui eu, o capitão.
Ninguém recusou minha ideia. Ninguém ligava. Naquele tempo, eu era o melhor em tudo, seja em correr, provas de matemática, ou até caligrafia. Até ganhei uma medalha de prata.
— Heh. Protetores! Acho que eu não entendi, mas parece bem legal!
Yukiatsu era o número dois. Ainda que as notas dele em música eram maiores que as minhas ele não me alcançava em nenhum outro quesito.
— A palavra “super” parece realmente forte...
Tsuruko era uma garota que fazias suas coisas em seu próprio ritmo. Ela era muito boa em desenhar, embora sempre desenhava princesas ou fadas. Se pelo menos ela pudesse desenhar alguma outra coisa, poderia ter sido uma ótima decoração pra pendurar nas paredes de nossa base secreta.
— Se usarmos esse nome, teremos que realmente proteger a paz pra valer. Todo mundo topa?
Anaru era anormalmente seria e fazia tudo seguindo as regras. Por exemplo, ela queria varrer nossa base secreta mesmo sem ninguém pedir. Ela até mesmo ficava com raiva quando eu limpava meu nariz com o colarinho da minha jaqueta. Ela era como a senhora da minha vizinhança.
— Mmmmahh! É super legal Jintan!
Poppo, embora pequeno e tímido, tirava as calças de vem em quando, o que era bem diveritido, e por isso eu gostava de trazê-lo para brincar.
— Então está decidido! Não é, Jintan!
E também tinha a Menma.
A voz doce de Menma sempre me dava energia. Ela sempre chorava, e quando o fazia, seus olhos umidecidos pelas lagrimas pareciam pérolas de vidro cheias de agua do oceano.
O avê dela parecia ser estrangeiro, e ela parecia ser um quarto mestiça. O cabelo mácio e leitoso dela parecia poder ser penetrado pela luz do sol. Se sentisse o cheiro de perto, talvez consiga até sentir uma leve fragância desconhecida de flores dela...
Toda vez que eu ouvia a voz de Menma, eu queria correr até ela, e mostrar minha melhor parte.
Sim. Como capitão, eu tinha que correr a frente der todos outros. Nunca podia tropeçar e dar mancada.
Se eu tropeçasse, gostaria de sumir.
É imaturo, mas eu pensava isso mesmo naquela época.
Mas não fui eu quem sumiu.
Buzz...
O sons do voo de um B29 vieram de longe.
Os “Super Protetores da Paz” decidiram investigar guerras na investigação de verãpo. Com esse tópico vago de investigação, nós perguntamos para um senhor por perto que tinha problemas para andar.
— Oh. Eu era mais ou menos do tamanho de vocês naquela época. Escapei pra um abrigo antiaéreo segurando meu irmão mais novo nos braços. Meu irmão segurou minhas coxas com força. Foi uma cena muito emocionante...
Olhei para as minhas próprias coxas quentes.
— Ah!
Uma perna fina estava pressionada firmemente contra minha coxa.
Ela usou meus braços como travesseiro, e dormiu próxima a meus ombros. Longos e promissores cílios cresciam em seu rosto sonolento. Cheirei de leve o ar... Uma fraca fragância de flores.
— Eu... Devo estar ficando louco
Buzz, o ventilador elétrico continuava balaçando a cabeça, negando com seu poder qualquer coisa a sua frente. Ainda que eu nunca teha notado isso antes, ele era muito gentil na verdade.
Naquele momento, eu estava numa situação muito séria.
Essa fragrância de flores e esse rosto adormecido já foram registrados uma vez na minha mente, mas eu não me lembro deles porque...
— Hum...
Do busto do vestido, eu podia ver a parte saliente branca que tinha o poder e a beleza de fazer cada cor perder seu brilho. Olhei para ela enfeitiçado. Tudo que eu sabia sobre ela não devia ser misturado com os sentimentos que tenho por ela agora.
Há também essa perna pressionando contra meu abdomem inferior. Era como uma carnuda, lisa e brilhante carpa. Seus joelhos estavam dobrados em um ângulo agudo. Até mesmo sua saia estava dobrada. Debaixo dela, mesmo que eu não pudesse ver de minha perspectiva, eu pensei em como seria...
Se eu não me livrar desse peso que contorce meu abdomem, as coisas podem ficar feias.
Eu nuca poderia deixar meus impulsos sexuais da puberdade agirem nesta situação anormal. Recuei meus pulsos leve e meticulosamente.
— Hum...
Meu coração bateu forte. Endureci, não me atrevendo a mover um centímetro. A destruidora piscou seus olhos, pondo seus longos cílios em movimento.
— Ah... Bom dia Jintan.
Um sorriso doce floresceu pra mim. Este doce rosto sorridente... Ahaa.
Era o mesmo de minhas memórias, me deixando confuso.
— Que bom. Você só caiu. Eu pensei que tinha morrido.
Eu pensei… que você tinha morrido...
— Wu... Wuaghhh!
Eu chorei, pulei violentamente e fugi.
—Ji-Jintan?!
Crack crack crack... Boom!
Corri até o banheiro, fechei a porta e a tranquei. Mas não era o suficiente para eu me sentir seguro, então a segurei forte com minhas mãos.
— O que aconteceu? Jintan!
Bong bong bong. A porta tremia.
Meses atrás, quando faltei no colégio por uma semana, fugi lá de fora e voltei correndo pra casa.
Tudo era pacífico enquanto eu continuasse escondido em casa; De qualquer forma, eu não podia acreditar que mesmo nesse estado haveria um intruso.
O lugar onde eu podia me acomodar diminuía cada vez mais. Minha impotência crescia. Se eu fosse invadido mesmo aqui, não teria lugar para escapar. Esta era minha ultima defesa. Eu tinha que protegê-la.
— Fazendo cocô? Ei, você está fazendo cocô?
Você poderia me deixar pensar seriamente?
Eu nunca admitiria a existência de coisas irreais. Eu nuca acreditaria em qualquer coisas que se referem a espíritos, mas se ela fosse mesmo real...
Se ela fosse realmente Honma Meiko...
Então ela cresceu um pouco desde áquele tempo. Por quê... Por quê?
— P-Por que você veio até minha casa?!
— Hã?
Minha voz estava trêmula. Eu notei que até mesmo meus joelhos tremiam. Que vergonha. Porém, era uma situação de emergência. Eu não tinha culpa.
— Você é um espirito?
— Sim, acho?
— Sem acho! Quero uma certeza! Porque até agora... Além disso, você cresceu... porque você tinha que vir até minha casa?!
— Hum... Mesmo que me pergunte eu não sei responder.
Ela disse que não sabia.
Era um sotaque que um personagem de um animê popular colocava no final de suas frases. O tremor das minhas pernas parou sem que eu percebesse por causa desse tom aliviado.
— Mas deixe-me adivinhar. Menma provavelmente quer realizar um desejo!
— Desejo... Certo. Que desejo?
— Hum... Eu não sei!
Como você parece calma. O tom de sua voz parece querer ganhar prazer com a situação em que eu me encontrava preso.
— Ah. Jintan, saia daí!
Mesmo que eu continuasse com medo, minha mente pareceu ficar mais estupida.
A situação em que eu estava era muito estranha. Se ela era um espirito ela deveria ter aparência de espirito e me assustar como o inferno. Mas ao contrário, isso foi...
— ...Não pode se realizar.
Menma levantou seu cabelo, fazendo um pequeno “Eh?” de dúvida.
— Se você nem sabe qual o seu desejo, como pode fazer ele se realizar?! O que você que? Hein! — eu a repreendi em voz alta.
— Ah! Você está salivando! Que saco! Olhe para minha parede defensiva! Hã, espere um momento...
Menma pôs suas mãos no queixo, fazendo uma expressão de contemplação.
— Sim... um desejo. Um desejo que apenas poderia se realizar se todo mundo estivesse junto!
— Todo mundo...?
— Sim! Todo mundo é todo mundo! Os Super Proteores da Paz!
Ah... Parecia ter algo arranhando minha garganta. Este é um som memorável e doloroso som.
Super Protetores da Paz.
— Vamos primeiro pedir ajuda pra Anaru! Nós não a cumprimentamos direito agra há pouco...
Eu rapidamente a interrompi para que não falasse mais.
— Como voê podde ver ela não é a Anaru que você conhece mais.
— Hein? Anaru não é a Anaru?
Ela parecia ter crescido por fora, mas ainda era uma criança por dentro, completamente a mesma. Ela nem mesmo ouviu o que eu estava dizendo.
— Eu já disse! Ela não é a mesma Anaru de antes. Mesmo que você ache aquela loira, ela não vai ajudar!
— Lo-loira?
— Quer dizer mulher burra! Pra simplificar, ela não é nossa amiga.
— Não!
Enlouqueci olhando para Menma. As cores pálidas de seu olho estavam jorrando de lágrimas, como pérolas de vidro cheias de água do oceano...
— Não... Eu odeio o Jintan que diz coisas ruins sobre Anaru!
— ...Menma.
— Ei. Vamos encontrar a Anaru de novo, tá? Vamos procurar ajuda, Jintan!
O espírito me forçou a encontrar meus amigos do passado.
Ela me forçou com lágrimas caindo Era uma situação incrível. De qualquer forma, as lágrimas dela estavam em sincronia com alguma coisa sem motivo aparente.
Ah, é. Talvez ela não fosse um espírito.
É a minha pressão psicológica, meu trauma... meu senso de culpa. É a visualização de todo o calor que me açoitou naquele verão.
Quando penso dessa forma, o motivo de Anju não ter visto Menma é convincente.
Isto é porque a Menma parada perante mim agora é apenas minha alucinação.
É uma alucinação que eu criei neste verão pra me censurar daquele verão.
Eu dei um longo suspiro.
Soprei pra longe toda minha surpresa, ansiedade e talvez algumas de minhas cenas com excesso de doçura de meu estomago, mandando tudo embora em um suspiro.
— Entendi. Estou indo atrás da Anaru para realizar o seu desejo.
—Jintan!
Ainda com algumas lagrimas em seus olhos, Menma abriu um pequeno sorriso de deleite.
Está certo. Só tenho que ir pedir ajuda pra ela.
Para então Menma e o “eu do passado” poderem aceitar.
Não foi só Anaru que mudou, todo o resto também.
O calor do lado de fora estava em um nível ais alto que o de dentro de minha casa.
O crepúsculo do final do verão. O asfalto da rua estava um pouco quente. A parte de trás do meu sapato grudou no chão, incapaz de dar um passo pra fora de casa. Eu não conseguia dar um passo.
Definitivamente não era porque eu estava assustado.
— Jintan, você não vai cumprimentar seus vizinhos?
Menma, andando na minha frente, notou os sussurros das senhoras próximas que estavam olhando para mim.
Deixe-me pensar. Nesta localização – na frente de minha casa – essas pessoas como inimigas não são facilmente combatidas. Não preciso ficar me esgueirando por aí. Só tenho que olhá-las implacavelmente de volta, e elas desviariam seus olhares rapidamente como pedido de desculpas.
Não há motivo pra ter medo. Essas pessoas absolutamente não ameaçam minha vida. Está certo, não tenho que me abster de seus olhares. Mas talvez isso poderia ser meio mau para meu pai, como ele nunca me repreendeu por estar desperdiçando a vida. Mas se fui atacado, tenho o direito de me defender.
Esgotei completamente minha energia para lutar contra esses peixes pequenos.
— Eh? Jintan. Não deveríamos pegar esse caminho até a casa da Anaru?
Eu escolhia qual caminho ir. Eu queria pegar o caminho que a maioria dos estudantes da minha escola não usariam. De qualquer forma, não importava qual caminho escolhesse, a vista da estrada parecia sempre a mesma. Eram tudo montanhas, montanhas e mais montanhas, então aqui era o vale.Seja no supermercado ou no parque, o fundo eram sempre montanhas.
Então havia muitas montanhas. Eu poderia pedir pra uma montanha pra vibrantemente se autodestruir ou desmoronar? Não há nenhuma maneira de escapar à essa altura.
Só eu me tranquei em um lugar. Rejeitei todos os sentimentos do mundo externo e me escondi em um canto, pois odiava esta cidade.
— A casa da Anaru. Eu não estive lá por muito tempo. Muito tempo poo poo?
Menma, a mistura de meu trauma e de minha pressão psicológica, a alucinação criada por mim no passado pra censurar o meu “eu do presente” estava de ótimo humor.
— Anaru arrastou Jintan pra dentro da casa quando o Jintan subitamente caiu no chão com um splat. Depois disso, ela até cobriu Jintan com um cobertor!
Sério isso...
— E ela desligou a chama do fogão, pegou o miojo empapado e guardou na geladeira!
Isso foi demais...
— Ah e, quando ela arrastou Jintan pro quarto, ela disse “que fedor”!
Se eu soubesse antes, teria tomado um banho.
— Anaru é muito gentil! Ah, mas ela...
— Pare.
Ainda a interrompi por reflexo apesar do fato de que obviamente ninguém poderia vê-la ou ouvi-la.
— Ela... Hum. Poderia parar de chama-la de Anaru? Chame-a de Anju ou Naruko.
— Hã? Por quê?
Quando eu era pequeno, eu dei a ela esse apelido sem pensar muito sobre. Eu a chamei de Anaru pegando o “An” de Anju e “Naru” de Naruko e combinei os dois juntos, para o eu daquela época tudo ficava mais legal quando era abreviado. Por exemplo, nos referíamos ao Super Mario como Sumari, Final Fantasy como Fifa.
Crianças são como criaturas mortais e vívidas. Se eu soubesse o que significava, nunca teria dado a ela um apelido tão cruel quanto Anaru... contudo.
— Ah! Dentes-de-leão!
Ela não ouviu uma palavra do que eu disse.
“Menma, a traumática pressão censuradora” estava pegando dentes-de-leão pra se divertir. Essa cena era natural demais, as flores que florescem nessa época são dentes-de-leão comuns. Minha mãe me ensinou isso quando eu era pequeno. Ainda consigo lembrar vagamente.
— Aqui, vacina!
Líquido escorreu da cicatriz para flor comprimida. Menma pôs a cicatriz do lado da minha mão, o liquido branco espalhou-se por minha mão, pintando a seção do lado da cicatriz da flor.
— Isso...
— Jinta parecia não estarse sentindo bem, então estou dando remédio pro Jintan!
Não estou me sentindo bem por sua culpa. Embora eu queira dizer isso a ela, engoli minhas palavras o mais rápido possível enquanto via seu sorriso natural, um sorriso tão normal que era quase perfeito.
—Ah, há mais alguns aqui! Ali também tem dentes-de leão! Dentes-de leão, dentes-de-leão, dentes-de-leão? — Menma cantava arbitrariamente enquanto ela pegava os dentes-de-leão. Ela beliscava os dentes-de-leão com seu polegar, e prack!, partia a flor, tirando a vida do dente-de-leão ingenuamente.
De fato.
Menma era uma alucinação que criei pra me censurar.
Ela não disse que ela me odeia, nem usou qualquer poder. Ela apenas usou um pouco para me bater, para me dizer... me mostrar que não estava aqui mais.
— Jintan. Olha!
Aaah. Porque eu tenho que aceitar calmamente essa situação anormal? Meu cérerbro está com mal funcionamento ou parou de funcionar de vez devido ao calor do verão?
Talvez cansada do massacre aos dentes-de-leão, Menma agachou-se para rastejar sobre os pisos de madeira na beira da estrada, pulando ao longo da cerca.
Minha cabeça ainda parecia pesada... Eu olhei sem expressão para o pé nu e branco de Menma. Não era o pé de uma garotinha, mas o de uma mulher.
Falando nisso, ela não estava usando nenhum sapato. Por que ela teria aparecido desse jeito quando até mesmo suas pernas haviam crescido? Talvez seja pela minha falta de experiência do meu trauma que o “eu daquela época” não podia imaginar que estilo de sapatos mulheres jonvens usariam.
—Ah...?
Menma gritou do nada. Meu coração bateu forte. Minha mente ficou completamente vazia.
Menam estava balançando em cima do muro. Incapaz de manter o equilíbrio. Em seguida ela escorregou na zona segura de dez centímetros do muro.
— Hum..?!
Aquele dia. Aquele momento. Voltaram a mim.
Eu não vi o acidente.
No entanto, essa cena aparecia várias vezes em minha mente, não importa o quanto eu queira esquecer. É como se fosse eu quem vivenciara isso, até mesmo o cheiro dos musgos e o toque do solo estão gravados em minhas memórias.
Naquele dia, fui pra casa sozinho. Normalmente, eu ficaria brincando com too mundo, mas fiquei com raiva e fugi. Quando penso nisso, eu comi miso ramen ao invés de shio ramen naquele dia. E não tenho comido nenhum desde aquele dia. Mas na verdade eu gosto mais de miso ramen do que shio ramen.
O carro do meu pai estava estacionado na frente da porta. Ele abriu a porta com força. Senti um senso de anomalia. Ele abriu a porta como um turbilhão. Sons de passos ncoerentes e a anomalia expansora se misturaram.
— Jintan! A Menma...
Eu não pude ouvir o que ele falava.
Não, eu não queria ouvir. No entanto, mesmotentando destruir minha abilidade de pensar, uma cena brilhou em meus olhos, uma tela encheu minha visão à força.
A Menma...
Havia um vale ligeiramente abaixo da base secreta
…escorregou…
Conectado ao vale havia uma encosta que levava pra um lugar cheio de pinhas podes, um vasto e profundo lugar com correntes rápidas...
…e caiu.
— Uuuaarghhh!
Eu corri até ela.
Eu queria pegar Menma. Eu queria pegar Menma que estava caindo do muro de madeira. Eu queria mudar o final daquele dia. De qualquer forma, minhas mãos não podiam alcançá-la.
— ...Jintan?
Menma olhou pra mim apavorada. Provavelmente ela pulou de acordo com a direção que caía.
Além disso, ela era apenas minha alucinação. Ela não poderia realmente morrer. Apesar disso, por que eu estava agitado? Sentindo-me aliviado, senti uma onda de amargura e desprezo.
— O que você está fazendo?! Sua...!
E foi naquele momento que não pude controlar meu grito.
— ...O que você está fazendo?
Uma voz masculina completamente diferente da minha veio por detrás de mim.
Era uma voz desconhecida e baixa, mas parecia um pouco familiar apesar de tudo. Meu coração bateu muito forte, saindo de controle.
O homem atrás de mim tinha o uniforme do ensino médio que eu gostaria de ter entrado.
Ele era o número dois dos Super Protetores da Paz, Matsuyuki, que perdia um pouco de mim em tudo. De pé ao lado dele estava Chiriko que fazia as coisas no próprio ritmo,
Quando eu fui pego por eles?
Vocês eram tão fortes no passado?
Ou fui eu que tropeçou e caiu?
— O que você está fazendo? Você está bem?
— Ah! Ahah... Não.
Não havia nada, e eu não tinha certeza do que estava acontecendo. Eu sabia profundamente que havia usado o japonês de maneira errada. Eu desviei meus olhos e coloquei meu chapéu.
Eu tinha que sair dali rápido.
— Uau! É Yukiatsu e Tsuruko!
Menma gritou de felicidade, correndo até eles, não tendo nenhuma atenção aos meus sentimentos, isso era uma parte de minha censura?
— Ei. Vamos embora daqui Menma!
Palavras escaparam de minha boca de acordo com minha irracionalidade.
O rosto de Matsukyuki congelou imediatamente.
— Hã? Você está dizendo Menma?
Os lábios de Matsuyuki tremeram um pouco. Chiriko, sentindo-se incomodada olhou repetidamente para Matsuyuki e para mim.
O que me atacou foi uma raiva ostensiva.
— Você continua falando disso até agora?
— Pare, Matsuyuki.
Chiriko olhou para Matsuyuki com ols olhos inclinados, mas Matsuyuki não se importou e continuou:
— Eu ouvi que você não tem ido a escola Yadomi.
Estava muito quente abaixo do chapéu de Nylon. Estava quase fervendo.
Por que você sabe... Não. Por que o capitão é insultado pelo número dois?
Notando a atmosfera sútil em volta de nós, Menma que gritava de felicidade até agora se acalmou e olhava pra mim com preocupação.
— Você entrou na pior escola daqui e virou um isolado que apenas chama pelo nome de Honma Meiko. Você ficou louco?
— Matsuyuki, pare de dizer isso... Ah!
Você não precisa me dizer isso! Me virei e fui embora.
— Jintan?!
— Eu odeio o Yukiatsu que diz coisas ruins sobre o Jintan! — a voz de Menma ecooava atrás de mim.
Eu não corri, apenas acelertei meus passos.
Eu não queria ser considerado um covarde, nem quero que me vejam fugindo com dificuldade. Dobrando a esquina, finalmente escapei dos olhares deles. Neste momento meu suor começou a cair.
Não, eu já tinha deixado eles me virem fugindo com dificuldade. O interior do chapéu de nylon estava cheio de suor, e eu estava com muita coceira. Não apenas minha cabeça, mas todo meu corpo estava com comichão por não ter tomado banho, até mesmo meus vasos sanguíneos...
— Jintan. Espere por mim!
A voz de Menma veio de trás, mas não me virei. Apenas parei e continuei de pé.
O pé descalço de Menma não tinha nenhuma contusão. Eu entendi agora. Eu entend o que você queria fazer.
O antigo eu está censurando o presente eu.
A coisa que mais me machuca, que luta comigo até o fim, que enche meu coração de arrependimentos do passado... Você queria ver esse tipo de mim, não é?
Porém, Menma, depois de tudo isso aconteceu...
— Depois que tudo isso aconteceu, você deve entender agora. Todo mundo mudou... Não — guaguejei, e então continuei baixinho — e quem mais mudou fui eu.
— Eh...?
— É isso. Me deixa em paz.
Eu me virei e encarei Menma. Por causa da luz do sol poente eu não podia ver o rosto de Menma. Apesar disso, eu podia ver que os pés dela eram pequenos e não tinham nenhum arranhão.
Eu queria sorrir, mas os músculos do meu rosto apenas formaram um esranho arco. Mas eu não poderia deixar de rir, porque se eu o fizesse o meu eu do passado ficaria insatisfeito.
Será que meu eu do passado riria ao ver minha dificuldade em rir? Não importa mais. Vá em frente e ria. Mas...
— Me deixa em paz... Você pode não entender, mas eu também tive uma vida dura... Depois daquilo...
— Jintan...?
— Sim. Muito dura... Então, eu não quero...
Eu não sei o que dizer sobre algo que não quero que aconteça de novo, então fiquei em silencio, me virei e fugi. Mesmo que ela tenha visto minhas costas desamparadas enquando eu fugia, não importa mais.
Não apenas porque ela é uma alucinação que criei, mesmo que ela fosse a verdadeira Menma, não importa que ela me veja assim.
No passado eu me esforçava pra mostrar meu lado mais legal.
Menma não veio atrás de mim.
Eu entrei no meu quarto escuro, liguei as luzes... Pat. Todas as coisas escondidas no escuro foram mostradas.
O cobertor ainda estava lá, o ventilador elétrico continuava balançando como de costume. Eu pisei no botão liga/desliga com meu pé e desliguei com meu dedo.
O macarrão sujoestava deixado na frigideira. Não era mais algo comestível, então vou apenas deixa-lo lá.
Eu suspirei e deitei lá mesmo.
Em frente aos meus olhos estavam os prêmios pendurados na parede: exibição de caligrafia, corrida de resistência, competição de escrita... isso era o cemitério de minha glória passada.
Por quê... por que eu me tornei isso?
Eu me assustei com o exame e entrei numa escola irritante... Não essas coisas não importam realmente. Essas não são a verdadeira causa.
No santuário há uma foto da minha mãe. Minha mãe que viveu no hospital e morreu quando eu estava na sexta série. Foi exatamente no verão do ano posterior à morte de Menma. E ainda as mulheres vizinhas sempre fofocavam “Por ele perder a mãe em um período sensível”. Elas não sabiam de nada. Essa também não era a verdadeira causa.
Era completamente impossível achar algo para explicar a causa real.
Mas de uma coisa eu tenho certeza.
Naquele verão, tudo mudou.
Nós éramos os Super Protetores da Paz.
Protegíamos a pazde todo lugar. Eu era o capitão, por claro, ser o número um em tudo.
Matsuyuki... Yukiatsu, Tsuruko, Anaru, Poppo e também Menma todos concordaram com isso. Todos me seguiam, marchando, me seguindo todas as vezes.
Sim. Naquele dia foi o mesmo.
— Jintan... Você gosta da Menma?
Tudo começou com uma pergunta de Anaru.
— Hã?
Sofri com esse golpe inesperado.
Essa perguntaera exatamente como uma isca deliciosa. Todo mundo começou a importunar com “Nós queremos saber!” “Menma gosta do Jintan também?” Todo tipo de ideia apareceu. Eu estava cheio com um prazer misterioso, e me deixou com raiva.
— Seus idiotas! — gritei.
E pensei que escaparia com isso...
— Diga a verdade. Os Super Protetores da Paz não deveriam esconder coisas uns dos outros.
Yukiatsu me forçou com uma expressão séria.
— Diz, diz, diz, vai!
Poppo também importunava com aquela voz estupida, a voz que estava em sincronia com o calor rítmico e com o cantar das cigarras.
Com o rosto vermelho, Menma disse: “
— Ehhh! Como isso poderia... — E ficou embaraçada.
Como capitão, eu até mesmo fui forçado por eles a confessar.
Fiquei um pouco bravo. Se as coisas continuassem assim, meu respeito como líder iria todo por água abaixo. Para acabar com essa situação bagunçada, eu gritei algo.
— Quem gostaria de uma garota tão feia!
O coro acumulado cessou em um instante.
As cigarras continuavam cantando... Naquele momento eu gritei alto, alguma coisa no canto de meu coração me disse que as coisas ficariam muito ruins.
Eu pensei que ela ia chorar.
Já que Menma era um bebê chorão, mas...
— ...Hehe
Menma sorriu suave e um pouco conturbada.
Que tipo de sorriso era aquele?
A vergonha escondida na raiva se expandiu rapidamente, e então escapei.
— Ah... Não fuja, Jintan!
Menma me perseguiu.
Pare! Pare de vir! Se você vie não ficará mais suspeito? Então pare de vir!
Menma caiu, mas isso não me impediu de continuar correndo. Não algo que Menma tenha causado, mas ainda assim era algo inerente a Menma, daí meu embaraço e raiva. Era isso que eu pensava naquela época.
Porque Menma... Ela sorriu.
Eu aparentemente tentei fazê-la ficar com raiva ou machuca-la.
Sim. Eu sinto vergonha de mim mesmo.
Contudo, eu não podia reunir meus sentimentos e confessá-los. Eu apenas queria chorar.
Meu pai deveria voltar por um momento, e então ir para o hospital visitar minha mãe.
Uma sacola com miso ramen estava colocada numa pequena mesa da casa iluminada pelo sol poente. Ovos batidos com cebola cortada colocados em uma grande tijela lacrada com papel filme. Usá-los para cuidar do meu jantar, mas mesmo assim prestando atenção aos detalhes. Esse era o estilo de meu pai.
Liguei a televisão, deixando ela ligada e fervi o macarrão, ouvindo “Yooh” por trás de mim, e também “Ayo, obrigado por esperar pessoal.”
Preguiçosamente olhando ao redor e para o ovo afundando, eu fiz uma decisão.
Amanhã, eu iria pular subitamente em Menma por trás e agarrar seu pescoço com meus braços. Ela com certeza iria cair, e então dessa vez eu iria segurá-la firmemente e impedí-la de cair. Deixe-me fazer essa brincadeira.
E então, eu gritaria alto “Minha querida Menma!”
Eu tinha até planejado meu tom do meu grito e os detalhes de como eu agarraria ela. Isso parecia uma boa ideia, pensei pra mim mesmo.
Seria mais engraçado que as piadas da televisão.
Contudo, depois de longo ensaio, eu não tive chance de fazê-lo. Eu não pude me desculpar.
Menma já tinha morrido.
Os Super Protetores da Paz.
Como o próprio nome indica, nós protegemos a paz perfeita e nos separamos uns dos outros sem notarmos.
Foi por causa da morte de Menma?
Não, mesmo que Menma não tivesse tido o acidente, nós já estávamos muito longe uns dos outros pra começar. Seja por nossos hobbies, as cores que gostávamos, ou as piadas que gostávamos... Tudo era diferente.
Foi só que éramos muito pequenos e não notamos a disparidade decisiva. Ficamos juntos por sorte, então a separação era inevitável.
O que eu estava falando sobre “É isso, me deixe ir”?
Claro, eu estava tendo uma vida difícil. Cinco anos passaram desde o acidente de Menma, mas quando eu penso nela, o lugar perto do meu estômago tem um sentimento de aperto.
No entanto, eu não acho que perdoei meus pecados. Por que era eu que Menma iria... mesmo que meu trauma não me trouxesse problemas, mesmo que eu não fosse censurado, eu ainda estaria agarrado ao impulso de me destruir.
No entanto, porque eu veria a Menma?
Jintan.
Naquele tempo, ela sempre me chamaria com aquela voz doce. Ela era uma chorona, mas também ela sorriu naquela hora.
Naquele dia eu realmente queria pedir desculpas... Pedir desculpas a ela. De fato.
Eu queria dizer que sinto muito pra Menma.
Uma corrente desceu por minha espinha. Eu não podia esperar mais. Eu corri à porta com um impulso que não poderia esperar nenhum segundo a mais.
No instante em que eu peguei meus sapatos, a porta abriu. Meu pai que havia saído para trabalhar voltou.
— Ah. Eh. Jinta, onde você está indo?
— Apenas indo dar uma volta!
Eu passei por meu pai e corri para fora.
Vá... Para a vizinhança.
A imagem da estrada desapareceu com minhas respirações pesadas.
Comparado com a velocidade de arranque e com o prazer de lutar contra o vento que minha mente criou, o meu eu verdadeiro ficou desgastado muito rápido, minhas pernas ficaram leves, quase caindo. Depois disso, eu não podia impedir eu mesmo de gritar:
— Se for pra tropeçar, eu prefiro voar!
Eu sempre desejei.
Eu sempre desejei, dia-após-dia depois daquele dia. Pelo dia em que eu poderia me desculpar com Menma.

Notas:
1 - Um Pokémon.
2 - Ramen simples, sem temperos extravagantes e geralmente é bem pálido, vem acompanhado de bolinhas de carne.
3 - Anaru... Anal... liguem os pontos.

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