terça-feira, 26 de maio de 2015

Utsuro no Hako to Zero no Maria - Vol.01 - Cap.07

Utsuro no Hako to Zero no Maria
27755ª vez
“Vamos lá, não tem algo diferente em mim hoje? Não tem?”
Kokone perguntou com a mesma expressão de sempre. Ela já me perguntou isso antes. Qual era a resposta mesmo?
“...você está usando mascara.”
“Ooh! Muito bom Kazu-kun!”
Parece que eu estava certo.
“...então, como está?”
“Sim, você está linda.”
Eu falei sem hesitar. Essa era a resposta correta novamente. Eu não estava muito sério ao dizer isso, mas Kokone estava satisfeita ao ouvir a palavra ‘linda’ e acenou com a cabeça com um sorriso.
“Mhm, mhm. Entendo, você tem uma ótima visão das coisas. Hey você! O indivíduo com essa personalidade estragada; você deveria aprender alguma coisa com ele!”
Contente, ela cruzou os braços e virou sua cabeça em direção ao Daiya.
“Eu prefiro morder a língua até ela cair do que dizer isso.”
“Ah, isso seria bom para o mundo todo, então, por favor, vá em frente.”
“Não, eu estou falando da sua língua.
“Hahaa, então você deseja um beijo intenso e profundo comigo? Por favor, não se deixe levar muito longe pelo seu fascínio por mim~”
Sem a mínima idéia da situação que eu estou, os dois começaram seu duelo de insultos sem deixar espaço para uma réplica de fora.
Pouco depois, Daiya trouxe o assunto da estudante transferida.
Por favor, venha logo, Otonashi-san.

“Meu nome é Aya Otonashi. Eu não tenho interesse em ninguém além de Kazuki Hoshino e o ‘portador’.”
A sala se tornou barulhenta no mesmo instante.
Err, Otonashi-san? Você é livre para por alguma distancia entre você e seus colegas no primeiro dia já que você é uma aluna transferida, afinal de contas. Mas veja bem. Eu estou nessa sala há quase um ano, então as coisas não funcionam desse jeito para mim, você entende?
“O que ela quis dizer com ‘portador’? Quem é o ‘possuído’? Ela quer dizer ‘a pessoa que o Hoshino possui’?”
“Isso não seria apenas «namorada», então?”
“O que significa que Kazuki-kun tem uma «namorada» e a estudante transferida, Otonashi-san, está procurando por ela? Por quê?”
“Talvez tenha algo entre ele e a Otonashi-san. Talvez eles estejam se encontrando... então ele está saindo com duas ao mesmo tempo?!”
“Exato! Com certeza é isso! Desse jeito parece ser mais divertido, então vamos concordar com isso!”
“Então, tendo um complexo sentimento de amor e ódio por Hoshino, ela perseguiu ele e se transferiu para nossa escola. Deve ser isso.”
“O que significa que o Hoshino... seduziu aquela beldade?! Droga!!”
Nossos colegas continuaram especulando sobre o assunto e nos ignoraram, apesar de sermos nós a fonte do assunto. Droga, de onde vêm essas idéias?
“Então Hoshino... estava apenas brincando comigo...”
“O que?! Você é a outra?!”
“Não... eu provavelmente era apenas uma extra... a terceira, não, talvez até mais.”
“Mas o que... aquele bastardo!”
Kokone fingiu estar chorando enquanto Daiya aproveitou a oportunidade para erguer a voz de uma maneira que ele normalmente não faz. Droga, esses dois só cooperam em momentos como esses.
“...Que problemático.”
Otonashi-san murmurou.
“Por sua culpa eles começaram a falar sobre mim, ao invés de se distanciarem.”
Err... isso é realmente minha culpa?

Logo depois da primeira aula, Otonashi-san e eu corremos para fora da sala. É claro, com os gritos de encorajamento dos meus colegas, e eu até senti a sede por sangue nos olhares de alguns garotos, mas não havia tempo para me preocupar com esse tipo de coisa.
Nós chegamos ao nosso lugar usual – atrás do prédio da escola.
Nós não vamos assistir às aulas mais.
“Entendo. É assim que vai ser se eu for trabalhar com você. Eu não posso fazer nada contra ser envolvida em sua rede de relacionamentos. Jeez... que problemático.”
Não, eu acho que o principal problema está no seu jeito de falar.
“Mas foi a primeira vez nessas 27.755 vezes que eu experimentei demérito por rejeitá-los. Isso foi realmente interessante.”
“Não, eu não acho que você deva pensar nesse tipo de coisa como interessante...”
“Não diga isso. Até mesmo eu fico mais ou menos empolgada ao experimentar algo novo. E você sabe, apenas por ter você cooperando comigo, a situação mudou para o jeito que está. Nós devemos dar boas vindas a essas mudanças.”
“O que você quer dizer?”
“Talvez tenha algo novo que eu não tenha percebido previamente.”
Olhando por esse lado, certamente é valida a nossa cooperação, mas bem...
Mas isso pode ser surpreendentemente eficiente. Otonashi-san não sabe como nossa classe 1-6 era antes de hoje, afinal de contas. Ela não pode comparar hoje com como era antes. Por exemplo, ela não sabe que a minha paixão pela Mogi-san surgiu entre ontem e hoje – em outras palavras, durante a ‘Rejecting Classroom’.
“Mas o que nós devemos fazer agora?”
“...sobre isso, Kazuki. Eu pensei no assunto e cheguei a conclusão de que talvez você ainda seja a chave dessa situação.”
“Eh? Então você ainda suspeita de mim?”
“Não é isso. Deixe-me perguntar: porque você pode manter suas memórias?”
“Eh... quem sabe?”
“É um mistério, não é? Você certamente tem aspectos que são diferentes dos outros. Mesmo assim, você não acha que é estranho que só você possa reter as suas memórias?”
“Bom... com certeza.”
“Portanto eu acho que esse possa ser um dos objetivos do ‘portador’.”
“E..rr...?”
“Você é estúpido como sempre. Em outras palavras, pode ser um dos objetivos do ‘portador’ que você mantenha suas memórias.”
É um objetivo da ‘Rejecting Classroom’ que eu mantenha minhas memórias?
“Isso não é possível. Não é como se eu com certeza mantivesse minhas memórias, não é mesmo? Se não fosse por você, eu provavelmente continuaria perdendo minhas memórias como os outros.”
“Esse é certamente o ponto fraco da minha hipótese. Contudo, também é uma possibilidade que você manter suas memórias não estava estabelecido que nem a repetição do passado pela ’Rejecting Classroom’. Isso faria sentido para esse sistema contraditório, já que o passado não pode ser refeito se você mantiver suas memórias.”
Isso certamente parece possível. Mas não me faz sentido por outra razão.
“Em primeiro lugar, que significado tem em me deixar manter minhas memórias?”
“Eu não poderia saber.”
...ela respondeu bruscamente.
“Mas eu sei qual o sentimento que afeta mais a decisão das pessoas.”
“O que?”
Otonashi-san olhou profundamente em meus olhos e disse.
“Amor.”
“...’amor’...?”
Ela disse com uma expressão assustadora, por isso eu não entendi o significado logo de cara. Aah, amor?
“Otonashi-san, você diz umas coisas bonitinhas.”
Ela me encarou com olhos frios.
“O que? Esse tipo de amor podre é o mesmo que ódio, não é?”
“O mesmo que ódio?” Eu fui surpreendido. “...i-isso não pode ser!”
“É o mesmo. ...Não, certamente é algo errado. É um sentimento pior do que ódio já que a própria pessoa não está consciente da própria sujeira. Horrivelmente repulsivo.”
Repulsivo, huh...
“Isso não importa agora. Kazuki, alguém vem à mente?”
“Você quer dizer alguém que esteja gostando de mim, certo? Não tem como ter--”
Eu comecei a falar, mas me lembrei no meio da frase.
Tem alguém.
Se o que eu ouvi quando eu fui chamado pelo celular não era uma piada--então tem alguém.
“Parece que você tem uma idéia.”
“......”
“O que?”
“...err, bem. Não é certeza que alguém que goste de mim seja com certeza o culpado, certo?”
“É óbvio. Não tem como concluirmos que alguém é a culpada apenas por isso. Mas, no entanto, não há motivos para não investigarmos o assunto.”
“Não... bem... não tem como essa pessoa ser a culpada.”
“Como você pode afirmar com tanta certeza que essa pessoa não é a ‘portadora’?”
Eu sei. Eu apenas não quero que essa pessoa seja a culpada.
“Nós temos chances ilimitadas enquanto a ‘Rejecting Classroom’ continuar. Nós vamos aproveitar qualquer oportunidade para nos aproximarmos do ‘portador’.”
“...mas você não teve sucesso com esse método até agora, não é mesmo?”
“Você é bem precipitado, não? É como você disse. Contudo, o fato de você manter suas memórias é uma nova pista, é um novo ponto de vista que eu não tinha tentado. Eu nunca investiguei por esse ângulo. Nós podemos ser capazes de obter novas informações que eu não fui capaz de obter antes.”
“Mas--”
“Exatamente porque você confia nessa pessoa, nós temos que sanar essas duvidas, certo?”
Certo. É exatamente como ela diz.
Em algum lugar dentro de mim eu estou duvidando dessa pessoa, e por isso, eu não quero investigar.
“......Entendi. Certo, eu vou ajudar.”
“Você não deveria apenas ajudar, mas assumir a liderança ao invés disso.”
Ela está certa. Sou eu quem quer sair da ‘Rejecting Classroom’.
...De qualquer forma, desde mais cedo, algo tem me incomodado. O que é esse sentimento estranho?
“Muito bem, então vamos.”
“E-Espere um segundo!”
“Porque você está hesitando?! Eu estou próxima do fim da minha paciência, se você quer saber!”
O que está me incomodando é--ah, entendo.
Quando eu entendi a origem dessa sensação estranha, meus ouvidos ficaram quentes.
“Mh? Qual o problema Kazuki? Seu rosto está todo vermelho.”
“Ah, não, apenas que--”
Porque ela parou de me chamar de «Hoshino» e começou a me chamar de «Kazuki»?
“Apenas que? Do que você está falando? ...Hey, porque seu rosto está ficando vermelho?”
“...D-Desculpe. Não é nada.””
Desde quando ela começou a me chamar pelo meu primeiro nome? Nem meus pais me chamam assim.
Meu rosto provavelmente está ficando ainda mais vermelho.
“...? Garoto estranho. De qualquer forma, vamos indo.”
«Otonashi-san» deu as costas para mim e começou a andar.
“S-Sim...”
Eu também deveria a chamar de outro jeito que não seja «Otonashi-san»? Se eu for usar o mesmo jeito que ela, então eu a chamaria de «Aya»?
...Não, não, não!! Eu não posso, eu não posso isso é realmente impossível!!
No mínimo «Aya-san»... não, isso ainda é um pouco difícil. Mas eu também acho que «Otonashi-san» é reservado de mais. Tem que ser um nome que seja fácil de dizer e um pouco mais casual.
“Ah...”
Um nome surgiu em minha mente. Parece ser difícil de dizer, mas eu já o usei várias vezes, deve ser fácil.
“......Maria.”
Quando eu murmurei isso com uma voz baixa, «Otonashi-san» parou de andar e se virou para mim. Seus olhos arregalados.
“Uwa! M-Me desculpe!!”
Eu me desculpei reflexivamente por causa da reação assustadora dela.
“...Porque você está se desculpando? Eu apenas fiquei um pouco surpresa.”
“... Então você não está zangada?”
“Porque eu ficaria zangada? Me chame como você quiser.”
“Eu, eu entendo...”
Otonashi-sa... não, Maria relaxou sua expressão.
“Mas ainda assim, de todas as opções você escolheu Maria... fufu”
“Ah, bem... se você não gostar”
“Eu não me importo. Só estava re-afirmando.”
“Err... o que você estava re-afirmando?”
Por alguma razão, Maria sorriu gentilmente.
“Que você, Kazuki, é um cara interessante.”

Eu estava com pressa.
Eu havia voltado para a sala e estava vasculhando os pertences da garota que gosta de mim.
É claro que eu não estou fazendo isso porque eu quero, e eu também estou com um forte sentimento de imoralidade enquanto faço isso.
A turma está tendo educação física no momento. Portanto, deve ser melhor procurar por uma dica nos pertences dela do que falar diretamente – foi o que Maria disse.
Já que eu estava pensando a mesma coisa, mas não conseguia dizer, eu obedeci sem reclamar enquanto agüentava esse sentimento de imoralidade.
Falando nisso, só tem sentido se eu fizer isso. Maria já revistou os pertences de todos varias vezes. Mas o resultado não foi bom, vendo como a situação está agora – o que eu posso entender. Maria só nos conhece desde hoje, então ela não notaria se algo tivesse mudado de antes desse dia.
“Huu...”
Em seu caderno haviam marcações bem desenhadas de várias cores. Sua letra também tinha traços arredondados bem desenhados. E também, ela usa várias cores para suas anotações. Na beirada da folha tem um desenho de um gato. Na outra pagina o gato estava novamente no mesmo lugar. A mesma coisa na próxima pagina... então eu percebi. Quando você passa rapidamente pelas paginas a figura se move. Eu tentei passar por todas as paginas e o gato voou em um foguete que ele construiu com uma lata. Eu sorri inconscientemente, Maria brigou comigo.
Basicamente haviam varias coisas típicas de garotas. As cores eram em geral rosa ou branco. O iPod dela estava cheio de J-POP. Eu não achei a carteira dela, então provavelmente ela esta a carregando consigo.
“Oh!”
Eu achei um celular bem decorado. Isso é um baú do tesouro de informações pessoais.
Eu tive alguma expectativa por pistas, mas o celular estava travado então eu não pude olhar o que tinha nele. ...Mas de certa maneira, eu estou aliviado que eu não consegui.
Eu tentei abrir o estojo de maquiagem ao lado do espelho de mão rosa. Essa é provavelmente a base, esse é o batom, esse é o lápis de olho para desenhar as sobrancelhas, essa é a tesoura para aparar as sobrancelhas também, e finalmente algo que parecia ser novidade... acho que isso é Mascara.
“---”
Oh?
Algo parece estranho.
“Você achou algo, Kazuki?”
“......eu ainda não sei...”
Eu revistei o conteúdo do estojo de maquiagem. Não tem nada de especial aqui, eu acho.
“Maria, alguma coisa chama a atenção nesse estojo de maquiagem?”
“Não? Eu já o revistei antes, mas não achei nada de especial--”
Ela começou a falar, mas então sua face ficou tensa.
“—espere, não pode ser. Ela não deveria ter isso. Ou então não teria como eu não ter percebido durante essas 27.755 repetições. Mas... de fato ela tem--”
“Eh? Você achou algo?”
“...Kazuki. Você não sente nada olhando para isso?””
“...eh? ...mhh, bem, eu acho que ela não parece ser do tipo que usa maquiagem.”
“Bem pensado!”
Maria contorceu seu rosto em desconforto.
Eu continuei a procurar na mala por provas mais concretas. Dentro dela, eu percebi algo que tinha uma textura familiar. Eu puxei para fora.
“Ah---”
Eu fui puxado.
Vendo essa embalagem familiar, minhas memórias foram puxadas a tona.
«Eu me pergunto se teria uma conclusão em que você aceitaria a minha confissão se eu mudasse o meu jeito de me aproximar?»
«Aah, sim. Então eu só preciso continuar me confessando até eu conseguir, certo? »
Sem chance.
Sem chance.
Sem chance.
Eu não posso acreditar nisso.
Isso é apenas coincidência, mas apesar de ser apenas coincidência, mas apesar de ser apenas uma coincidência, as memórias que foram puxadas em minha mente são incomuns de mais para ser invenção minha---
“--Diga, qual é a sua comida preferida, Maria?”
“...De onde veio essa pergunta tão de repente?” Maria me olhou franzindo sua testa. “...Hey, qual o problema Kazuki? Você não parece muito bem!”
“...Você sabe, a minha é Umaibō.”
Eu mostrei o objeto que eu tinha acabado de pegar de dentro da mala.
Um Umaibō.
“Eu especialmente gosto do sabor de milho. Mas eu não contei isso pra ninguém já que ninguém se preocupa. Eu normalmente como eles na sala, mas sobre os sabores, eu não sou muito fiel a eles e como um diferente a cada vez. Ninguém deveria saber que eu gosto mais do sabor de milho!”
«Mas você não gosta muito do sabor de Teriyaki Burger, certo? »
«Qual o seu sabor preferido? »
Eu rezei para que fosse apenas um engano meu e olhei de novo para a embalagem.
Ela continuava a mesma, não importa o quanto eu olhe para ela.
Não era sabor de Teriyaki Burger. Era um Umaibō sabor de milho.
As memórias que tinham sido puxadas me afirmaram isso.
Mesmo que fosse apenas coincidência que ela tenha um Umaibō sabor de milho na mochila dela – o que eu vi através dessas memórias me afirmaram sem sombra de dúvidas.
Ela é -- a ‘portadora’.
“Kazuki.”
Maria segurou meus ombros com força. Suas unhas encravaram nos meus ombros e me trouxeram de volta para a realidade.
“Ela é a ‘portadora’ com certeza. Nós finalmente alcançamos nosso objetivo... bem, não exatamente.”
Quando Maria falou essas palavras amargamente, eu perguntei, “O que você quer dizer?”.
“Não tem como alguém que faça esse tipo de erro possa me enganar por 27.755 ‘Transferências Escolares’.”
“Mas Maria, você não tinha descoberto quem era o ‘portador’, não é mesmo?”
“Isso não é verdade. Eu provavelmente cheguei a ela várias vezes. Mas eu não pude manter minhas memórias de que ela era a ‘portadora’.”
“Eh? Porque não?”
“Eu não posso dizer com certeza, mas eu acho que essa também deve ser alguma regra da ‘Rejecting Classroom’. Faz sentido. A ‘Rejecting Classroom’ se mantém enquanto a ‘portadora’ continuar acreditando que ela está dentro de um loop. Se alguém souber que ela é a ‘portadora’, então esse pré-requisito seria perdido. Portanto, mesmo que alguém descubra que ela é a ‘portadora’, as lembranças sobre isso são perdidas.”
“...Mas nós sabemos que ela é a ‘portadora’ dessa vez.”
“Sim. Mas isso é de forma alguma uma situação que nós podemos comemorar.”
Maria disse como se estivesse cuspindo as palavras.
“Se nós não fizermos algo sobre isso dessa vez, nós vamos perder essa pista de novo.”
Entendo. Se nós perdermos aqui, nós vamos esquecer o que nós descobrimos dessa vez e vamos novamente começar a procurar pelo culpado.
Maria, irritada, estava mordendo seus lábios. Para alguém como ela, que está acostumada a poder reverter às coisas, deve ser uma situação incomoda já que nós não podemos perder.
“...Mas Maria, a vida não é um desafio decidido em um único round? Não importa o quão insignificante seja o problema, não é normalmente possível simplesmente voltar ao ultimo save point apertando o botão de reset.”
Eu pessoalmente gostei da minha frase, mas Maria me lançou um olhar frio.
“O que você está tentando conseguir com esse encorajamento mal orientado?”
Agora ela está até suspirando.
“D-Desculpa... Eu só achei que você parecia abatida.”
Ouvindo minhas desculpas, Maria relaxou um pouco.
“Sim, eu realmente estou abatida. Mas não é porque nossa situação é desfavorável.”
“...mas então?”
“Não entende? Apesar de eu ter descoberto várias vezes que ela é a ‘portadora’, a ‘Rejecting Classroom’ ainda não acabou. Você não entende o significado disso?”
Eu inclinei minha cabeça.
Eu não sei se foi contra mim, a culpada ou a ela mesma, mas Maria cuspiu essas palavras irritada:
“Eu perdi contra a ‘portadora’ várias vezes.”

“Kokone.”
“Ah, o homem do amor – Kazuki Hoshino em pessoa!”
Kokone me provocou com seu usual tom de brincadeira.
É horário de almoço agora. No final, eu e Maria não participamos das aulas da manhã e fomos terrivelmente provocados. Mas porque Maria se manteve em silencio, as provocações pararam logo, mas os olhares curiosos dos nossos colegas ainda eram direcionados a nós. Bom, eu sabia que ia ser assim desde o começo.
“Ouça, Kokone. Para falar a verdade--”
Eu parei o que estava falando. Kokone tinha mudado sua expressão relaxada para uma séria e me segurou pela manga do uniforme.
Depois de lançar um breve olhar para Maria, Kokone me levou para fora da sala.
“Kazu-kun, eu quero que você me responda sem fugir da pergunta.”
Kokone largou do meu uniforme logo depois que passamos da porta e continuou.
“Qual a sua relação com a Otonashi-san?”
“...Porque você está perguntando esse tipo de coisa?”
Apesar de saber a resposta, eu perguntei mesmo assim. Kokone apenas deixou seu olhar cair e acabou não respondendo minha pergunta.
“Eu não posso descrever minha relação com a Maria tão simplesmente.”
O olhar dela caiu de novo sem resposta.
“Mas eu gosto de outra pessoa, não da Otonashi-san.”
Kokone arregalou seus olhos ao ouvir o que eu disse e me encarou.
“Isso significa--”
Mas Kokone não disse mais nada e moveu seu olhar. Eu não previa isso.
Ela espiou a sala procurando por alguém.
Seus olhos pararam de se mover.
E eles estavam apontados para -- Kasumi Mogi.
Como no dia 01 de Março eu ainda não amava a Mogi-san. E nessa repetição – a 27.755 vez – eu não entrei em contato com ela de nenhuma maneira.
“Kokone, para falar a verdade, tem algo que eu gostaria de te pedir. Isso é--”
“Eu sei. Você não precisa dizer. Eu acho que eu entendi com a nossa conversa até agora.”
Kokone disse com um sorriso.
“Sala de culinária depois da aula – está bem para você? Eu vou te dizer tudo lá!”
Porque a sala de culinária? – Eu pensei por um momento, mas é verdade, Kokone está no clube de economia doméstica.
“Provavelmente não vai ter mais ninguém lá hoje.”
Eu assenti com a cabeça, ela me olhou novamente. Eu não pude ler o que estava se passando na mente dela por trás da sua face.
“Kazuki.”
Maria, que estava nos vendo de perto da porta, me chamou. Provavelmente é o sinal para eu me retirar.
Eu me despedi da Kokone e estava para me virar.
“Ah, espere um segundo!”
Kokone me impediu. Eu olhei para ela sem me virar.
“Diga, eu posso perguntar? Ah, mas é claro que você não precisa responder se você não quiser...”
“O que é?”
“Quem é a pessoa que você gosta, Kazu-kun?”
Eu respondi sem hesitar.
“Mogi-san!”
Logo após me ouvir, Kokone olhou para baixo e escondeu o rosto. Mas eu não podia imaginar a expressão que ela estava fazendo antes de esconder.
Kokone estava sorrindo.

Então, depois da aula.
Quando nós ouvimos um grito ecoando de dentro da sala de culinária, nós entramos e imediatamente percebemos que tudo tinha dado errado.
Nós perdemos essa oportunidade excepcional.
Na sala de culinária, como era de se esperar, estavam Kokone Kirino e Kasumi Mogi. Não, falando corretamente--algo que costumava ser Kokone Kirino, e Kasumi Mogi estavam lá.
A sala de culinária estava tingida em sangue.
O culpado estava segurando uma faca de cozinha manchada de sangue.
“Kazu-kun.”
A expressão dela não mudou quando ela me percebeu.
“...P-porque--”
Eu não entendo. Porque ela fez algo assim?
Mogi-san coberta de sangue olhou para mim. Sem expressão como sempre. Mas eu percebi uma luz tremulante nos olhos dela que estava me condenando.
Aah, sim. Certo. Sem dúvidas fui eu quem provoquei essa situação.
“...morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra..”
Mogi-san estava murmurando algo sem parar como se fosse uma maldição.
Eu não quero ouvir isso. Eu quis tapar meus ouvidos naquele instante. Mas eu não era capaz nem mesmo disso. O controle do meu corpo foi tomado no momento em que eu vi a Mogi-san coberta em sangue. As palavras dela invadiram meus ouvidos. Eu tentei desesperadamente não entender o significado dessas palavras. Mas foi fútil – as palavras me esmagaram como uma avalanche, elas caíram sobre mim e cobriram meu corpo paralisado.
Mogi-san falou.
Ela me censurou com suas palavras.
“...morra”
27755ª vez
“Pode ser um pouco tarde, mas eu percebi que não preciso de você.”
Ela inclinou a cabeça; talvez isso tenha sido um pouco súbito para ela.
“Sabe, eu percebi há muito tempo que você é um obstáculo. Mas eu não queria ser cruel. Afinal nós éramos «amigas».”
Mas não somos mais.
Eu acho que ela ainda me considera como uma «amiga». Até ontem, nós éramos tão intimas a ponto de ouvir os problemas amorosos uma da outra. Mas agora eu mudei, eu não posso mais pensar dessa maneira. Portanto, nós não somos mais «amigas» ou qualquer coisa parecida.
Isso não é um problema apenas do meu lado. Ela não consegue duvidar de mim de maneira alguma, mesmo eu tendo mudado. Mesmo quando eu não falo com ela como eu fiz antes, ela não consegue perceber.
--«Minhas mudanças não podem ser perturbadas».
Essa é uma regra desse mundo.
Vamos assumir que eu tenha mudado, mas os outros não tenham no mundo normal. Por exemplo, no caso dela, ela pensa em mim como uma amiga. Se eu mudasse, ela perceberia essa anomalia em mim. Isso já seria o suficiente para perturbar a minha mudança. Eu receberia a mesma reação de alguém que subitamente pintou seu cabelo de loiro durante as férias de verão. Minhas possibilidades se tornariam limitadas quando colocada em um ambiente onde eu não posso mudar.
Nesse caso, meu único desejo, «viver o dia de hoje, sem me arrepender», não poderia ser garantido.
É por isso que existe essa regra conveniente.
Certo. Esse mundo é inteiramente feito para ser conveniente a mim.
E mesmo assim--
E mesmo assim, por quê? Eu não consigo pensar no que virá após isso tudo.
Eu tenho uma sensação de que eu não devo pensar sobre isso.
Portanto eu omiti esses pensamentos e vim com um novo assunto.
“Você não acha que ‘amor’ lembra derramar molho de soja em um vestido branco?”
Ela parece não ter entendido minha pergunta e inclinou a cabeça.
“Vamos dizer que você derramou molho de soja em seu vestido branco, certo? Mesmo quando você limpá-lo, as manchas vão ficar. Elas vão ficar para sempre. Portanto, você sempre vai pensar ‘Aah, eu derramei molho de soja...’ quando você ver as manchas. Não tem como esquecer já que elas vão ficar lá para sempre.”
Eu abri uma gaveta do armário.
“Sabe, isso me deixa enojada.”
Eu segurei a faca de cozinha na gaveta firmemente.
“O fato de que foram essas manchas que me fizeram ruir por dentro.”
Eu tirei a faca da gaveta.
Eu já usei essa mesma faca para o mesmo propósito inúmeras vezes. Essa faca que eu estou segurando é a mais afiada.
Ela ficou pálida me vendo com a faca na mão. Ela me perguntou ‘O que você está pensando em fazer com isso?’, apesar de que eu aposto que ela deve conseguir prever até certo ponto – acreditando que eu nunca faria o que ela está «prevendo».
“O que eu vou fazer com isso? Ufufu...”
Mas sabe de uma coisa? Eu sinto muito. É provavelmente--
“Eu estou rejeitando você!”
--exatamente o que você previu.
Eu ***ei ****** com uma ****.
Eu tentei não compreender esse negro e doloroso sentimento que estava para surgir. Essa resistência é fútil de qualquer forma, e se eu não compreender ela, então isso não vai ter sentido. Mas mesmo assim, eu tentei resistir. Porque eu não quero sentir isso. Por que eu tenho agido como se eu não compreendesse esse sentimento todo esse tempo até agora.
Ela caiu e estava espalhando sangue.
Ela parece estar sentido muita dor; que lamentável.
Provavelmente, eu falhei. Eu deveria ter ****do ela da forma mais indolor possível.
“Você sabe, falhar pode ser meio assustador. Garotos criam uma força absurda quando estão desesperados. Mesmo um garoto magro é muito mais forte do que eu. Ser acertada por essa força é realmente doloroso. Mas os olhos deles quando estão me batendo é muito mais assustador. Eles olham para mim como se eu fosse lixo. Porque eu falhei daquela vez? ...certo, certo. Porque eu usei uma faca barata, mas de aparência legal. É bem difícil matar alguém com esse tipo de coisa, sabe? E é desagradável também. Apunhalar ou cortar uma pessoa é. É nojento! Me faz querer vomitar. Eu até chorei, me perguntando porque eu tive que fazer algo tão desagradável. Mas você sabe? No fim, o resultado nunca vai mudar enquanto a mesma pessoa fizer as mesmas coisas – e por isso meu desejado futuro também nunca vai chegar. Então eu não tenho escolha a não ser apagar essa pessoa, certo? Não há mais nada a se fazer, há? Isso é cruel, não é mesmo? Eu me pergunto porque eu tenho que fazer esse tipo de coisa?”
Ela estava me lançando um olhar sem forças.
“Mas você sabe? Na verdade, talvez eu não precise apunhalar você desse jeito. ‘Rejeitar’ no final das contas é apenas uma questão de mentalidade. Mas quer saber? Eu não encontrei nenhuma outra maneira. Eu não pude ‘rejeitar’ ninguém com outro método se não matando-o com minhas próprias mãos. Não é tão fácil ‘rejeitar’ alguém do fundo do seu coração. Eu estou colocando um peso dentro do meu peito. E criando esses sentimentos de culpa, eu não tenho outra escolha se não fugir dessa pessoa. Fazendo isso, eu sou capaz de pensar que eu não quero mais encontrar essa pessoa e posso ‘rejeitá-la’. Então, nem eu, nem os outros podem se lembrar dessa pessoa não importa o que aconteça.”
Ela deixou sua cabeça cair não sendo mais capaz de aguentar o peso dela.
“Eu sei disso! É minha culpa, certo? É tudo minha culpa, certo? Mas então me diga; o que eu deveria fazer? ...Desculpe. Você não tem idéia, tem? Aah, porquê eu estou falando tanto? Eu sei porque. Eu estou ansiosa, tão ansiosa, tão ansiosa, eu não consigo ficar quieta. Eu gosto de pensar que você poderia me perdoar quando eu te falasse meus motivos. Mas eu sei. Não tem como você me perdoar, certo? Eu sinto muito. Eu realmente sinto muito. Sinto muito, sinto muito. Sinto muito por ser egoísta. Mas sabe de uma coisa? Eu sou a que mais sofre com isso tudo. Eu estou jogando a culpa sob meus ombros apropriadamente. Eu sei que estou fazendo algo ruim. Então para ser honesta, eu não podia me importar menos com o que você acha de mim.”
Eu me pergunto com quem eu estou falando?
Mas eu tenho uma sensação de que isso não importa. Eu nunca falei diretamente com ninguém, de qualquer forma. Eu nem mesmo considerava essa pessoa caída como uma «amiga».
Eu estou sozinha de qualquer forma.
“N-Não--”
E mesmo assim, eu não quero admitir.
Eu disse, apesar de estar consciente do fato de que eu estou sozinha, sobrando nesse lugar que não é aonde eu deveria estar.
Por favor, venha!
Venha logo!
“Kazu-kun!”
Eu me pergunto desde quando? Desde quando eu o chamo assim? Apesar de nós termos começado a nos chamar dessa forma, apesar de eu ter conseguido a aprovação dele para chamá-lo assim, ele não se lembra.
Nesse momento, a porta se abriu.
Ele estava ali.
Aquele que eu estava esperando, Kazuki Hoshino, estava ali.
Kazuki-kun perdeu suas palavras ao ver esse terrível espetáculo. Do lado dele, estava àquela jovem incomoda, Aya Otonashi, que está vivendo como uma parasita na minha ‘caixa’.
“...então você finalmente veio, Kazu-kun.”
Eu estava impressionada pelas minhas próprias palavras.
O quão estúpida eu sou?
Quantas vezes Kazu-kun traiu minhas expectativas? Eu não tinha desistido dele após essas incontáveis traições?
Não é nem uma coincidência que ele tenha vindo aqui. Eu decidi convidá-lo para cá, apenas para mostrar isso a ele.
E mesmo assim, apenas por ele aparecendo na hora certa, eu comecei a esperar pelo milagre que aconteceu uma vez. Eu comecei a esperar que ele me levasse de volta ao mundo real.
Apesar de que--não tem como isso acontecer.
Kazuki-kun estava com seus olhos arregalados.
“Kazuki. Eu posso imaginar seus sentimentos. Mas você já sabia.”
O que essa garota desnecessária está dizendo.
“Que a ‘portadora’ é--Kasumi Mogi.”
Kazuki-kun ainda estava olhando, com olhos bem abertos para a deitada ******.
Qual era o nome dela? Ah, bem. Eu esqueci. Eu até esqueci quem era que eu me esqueci.
“...P-porque--”
Você quer saber o porquê que eu fiz isso?
Eu não consegui esconder minha irritação contra esse Kazuki de raciocínio tão lento.
Carregando rancor em meus olhos, eu joguei meus pensamentos sobre ele.
“...morra!”
Não é o suficiente.
“...morra... morra...”
Ainda não é o bastante.
“...morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra... morra..”
E mesmo assim, eu--
“---não quero morrer!!”

Grupo de Tradução desta Novel(Deste Cap.):
 LightNovelProject

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